Falta de professores pode tornar-se dramática. Num ano, só se formaram 3 em Físico-Química

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Há cada vez menos estudantes interessados em serem professores, sobretudo em áreas como Físico-Química e Filosofia. Uma realidade que, em breve, agravará o problema que já existe da falta de professores.

O alerta é do Conselho Nacional de Educação (CNE) no relatório “Estado da Educação 2021” que foi divulgado esta quinta-feira, com um retrato do ensino em Portugal.

O relatório aponta o envelhecimento da classe docente e a pouca atractividade da profissão como um dos grandes problemas. E alerta para o reduzido número de alunos inscritos em cursos que habilitam a dar aulas a disciplinas como Físico-Química ou Filosofia.

No ano passado, mais de 26 mil alunos estiveram pelo menos sem um professor algures durante o ano lectivo, segundo o relatório, que diz que as ausências se deveram essencialmente a situações de doença, mas também de aposentações, agravadas pela dificuldade em arranjar um substituto.

A maioria dos professores que, actualmente, dá aulas tem mais de 50 anos e o número de reformados é superior ao de novos diplomados, refere o relatório.

Falta de professores vai agravar-se

O documento fala do “baixo número de estudantes a frequentar cursos de formação de educação”, nomeadamente na área de Física e Química no 3º Ciclo do Ensino Básico e no Ensino Secundário, e salienta que a “carência de professores” será “um problema acrescido no futuro“.

No ano lectivo de 2020/2021, apenas três alunos terminaram a formação necessária para poder dar aulas de Física e Química a alunos do 3º ciclo e secundário, segundo dados disponíveis no relatório.

Mas esta não é a única disciplina problemática. Naquele ano, apenas três alunos terminaram a formação para dar aulas de Economia e de Contabilidade e outros oito ficaram aptos para ensinar Filosofia a alunos do secundário.

“Salienta-se que é igualmente baixo o número de diplomados em cursos que conferem habilitação para a docência de Português e Línguas estrangeiras no 3º ciclo do ensino básico e no ensino secundário”, com apenas 49 diplomados, acrescentam os investigadores.

Dos cursos que permitem dar aulas de Matemática ao 3º ciclo e secundário saíram 21 diplomados, para ensinar Informática estavam prontos mais 18 jovens e para ensinar Biologia e Geologia a alunos do 3º ciclo e secundário havia mais 26 novos diplomados.

No total, em 2021 diplomaram-se 1.531 estudantes, com destaque pela positiva para o Ensino de Educação Física (390 diplomados) e o de Educação Pré-escolar e ensino do 1º ciclo (298 diplomados).

Os sindicatos de professores têm culpado os sucessivos Governos por não darem aos professores condições de trabalho e salariais que tornem a profissão atractiva para os mais jovens.

“Em 2020/2021, inscreveram-se no 1.º ano dos vários cursos de mestrado que habilitam para a docência 2.324 estudantes“, sendo que os cursos com mais estudantes inscritos foram os de Educação Pré-escolar e Ensino do 1º ciclo, seguindo-se o curso de Ensino de Educação Física.

“A procura dos cursos que conferem habilitação profissional para a docência tem vindo a diminuir nos últimos anos e o número de diplomados nesses cursos poderá não ser suficiente para suprir as necessidades futuras de professores”, alerta o estudo.

ZAP // Lusa

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6 Comments

  1. Depois de tanto ruído, decidi pesquisar um pouco e descobri que:

    – Em Portugal, o salário dos professores em início da carreira é dos mais altos face ao salário mínimo. Em média, um
    professor em início de carreira ganha em Portugal cerca de 2,5 vezes o salário mínimo, quando em França ganha cerca
    de 1,4 vezes.

    – Em Portugal, o salário médio dos professores é dos mais altos face ao salário médio nacional, sendo cerca de 25%
    superior ao salário médio nacional.

    – Em Portugal, o salário médio dos professores é dos mais altos face ao PIB, ficando em 6.º lugar entre o conjunto dos
    países da Europa.

    • Continua a pesquisar…..Cada cavadela, cada minhoca….Ganhas o salário mínimo?….é que já é demais para ti, pela pesquisa que fizeste….

  2. Só dá mesmo para rir com esta pesquisa que fez…
    Um professor em início de carreira ganha 900€.
    Antes de falar, reformule os hábitos de pesquisa porque está redondamente enganado. Se na sua profissão lhe retirassem 7 anos de trabalho seria normal? Pergunto então porque não retiram a todos começando pelos políticos que deveriam dar o exemplo…
    Enfim, pela profissão ser tão atrativa é que iremos ficar sem docentes num curto espaço de tempo.
    Os pilares de uma sociedade são a saúde, a justiça e a educação e todas eles estão a ser negligenciados por políticos fracos que se vão sucedendo uns aos outros e por opiniões tacanhas e sensionalistas que não têm qualquer veracidade.
    Mas se acha que se paga bem à classe docente, venha fazer umas horas e verifique a realidade do nosso parque escolar e do recibo de vencimento. Além de ser obrigado a concorrer para o país inteiro e ficar longe da família, sujeita-se a cotas na sua avaliação porque não pode ser muito bom ou excelente no que faz, pode no máximo ser bom pq nem todos podem progredir na carreira… É ridículo! Seria como avaliar alunos, no máximo poderei dar três notas máximas, mesmo que outros também merecessem. Ridículo…

  3. Olhe Paulo concordo em tudo consigo…e acrescento: e se o professores fizessem isso aos alunos, será que os pais compreenderiam finalmente?……É ridiculo sim senhor, mas….afinal é o que fazem aos professores….

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