Acordo entre a coligação PSD/CDS e o PAN que vai governar a Madeira confirma o Partidos dos Animais como “elástico”. Líder do Governo regional é um caçador assumido, mas isso não é um problema.
A coligação PSD/CDS assinou um “acordo de incidência parlamentar” para quatro anos com o PAN – Pessoas, Animais e Natureza, o que permite uma maioria absoluta no Parlamento da Madeira.
Uma situação que garante “estabilidade”, nas palavras do presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque.
“O acordo foi firmado dentro daqueles princípios fundamentais de confiança, de integridade, entre as duas forças políticas”, sublinha o líder do PSD Madeira, salientando que “é um acordo muito sério”.
Albuquerque admite, contudo, “dialogar” e fazer “acordos pontuais” com a Iniciativa Liberal (IL). “Há um conjunto de propostas da IL que estão incluídos nos princípios do PSD”, destaca.
Já a IL acusa o PSD de ter preferido a “via proibicionista, sectária, limitadora da actividade económica associada ao turismo, dirigista e inimiga do mundo rural”.
Albuquerque “preferiu uma governação condicionada por uma visão animalista do que baixar impostos às pessoas”, salienta a IL Madeira.
Este tom de críticas realça as divergências profundas que não permitiram a aliança mais esperada, uma vez que seria mais natural que PSD e CDS se juntassem à IL.
Albuquerque é caçador de perdizes
A entrada do PAN na equação pode parecer surpreendente – até porque Albuquerque é “um caçador confesso, em especial de perdizes”, como realça o Correio da Manhã (CM), notando que o líder do Governo Regional “vai mesmo participar numa caçada no continente”, na próxima semana.
Este dado não foi um problema para o partido que defende os direitos dos animais.
A deputada eleita pelo PAN para o Parlamento madeirense, Mónica Freitas, realça que o acordo com a coligação PSD/CDS não tem qualquer via para o poder. “O PAN não vai assumir nenhuma secretaria regional“, refere.
“Não somos parte de uma maioria parlamentar. Não existe essa maioria. Existe apenas um acordo de incidência parlamentar“, acrescenta, desvalorizando a união aos dois partidos de direita.
O PAN insiste na defesa das suas causas acima da chegada ao poder, ou de tendências quanto a lados políticos, incluindo no pacote negocial medidas como a vacinação gratuita para cães e gatos e os apoios à esterilização para todos os animais, a implementação de uma taxa turística, apoios à agricultura biológica, a actualização dos apoios às rendas e um passe-saúde para os portosantenses.
Nem de esquerda, nem de direita. “Progressista”
Esta união do PAN à coligação PSD/CDS, que já é apelidada de “gerinponcha”, consagra o partido como “elástico”, segundo analisa o Público, frisando que comprova que pode “fazer alianças com todos os partidos do espectro parlamentar” – e nem o Chega é, agora, uma barreira, ao contrário do passado recente.
Repare-se que em 2015, o PAN concorreu às eleições regionais da Madeira numa coligação com o PS.
O PAN também apoiou a “geringonça” ao lado de PS, PCP, Bloco de Esquerda e Os Verdes.
E, no ano passado, esteve ao lado do Chega e da IL a apoiar o Orçamento do Governo Regional dos Açores que é liderado pelo social-democrata José Manuel Bolieiro. Isto depois de, dois anos antes, o líder regional do PAN, Pedro Neves, ter recusado fazer parte de soluções que integrassem o Chega.
Esta “elasticidade” pode parecer surpreendente, mas o Partido dos Animais sempre afirmou que não era carne, nem peixe – ou seja, que não era de esquerda, nem de direita.
Os responsáveis do PAN têm repetido que é “um partido progressista“.
Na véspera do Congresso deste ano, a líder Inês Sousa Real notou, numa entrevista, que o PAN estava disponível para “viabilizar qualquer Governo”.
O PAN é um partido ambientalista – o único a sério em Portugal – que vai usar o acordo com o PSD para influenciar algumas das políticas do governo regional da Madeira, nas áreas que interessam ao PAN. Sabendo que só parcialmente o vão conseguir, mas pouco é melhor do que nada. Isto não é ser “elástico”, é ser inteligente e eficaz, coisa rara entre os partidos portugueses…
Um partido político que defende as pessoas, a natureza e os animais e vai se juntar á um grande merdx de caçador confesso. Só mesmo por poder, essa gentinha não presta!
Pouco convincente esse PAN do PUAR. Mais do mesmo, o que importa é o tacho, os ideiais ficam à porta.
Bem…..é só mais uma Perdiz que o Ti Albuquerque conseguiu caçar e talvez seja a extinção da raça ! …….Bom apetite !