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Afinal, o diabo não chegou em Setembro

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Clara Azevedo / portugal.gov.pt

Primeiro-Ministro António Costa conversa com deputada Catarina Martins (BE) antes do encerramento do debate do Orçamento do Estado para 2016

O anúncio do governo de que o défice público desceu 81 milhões de euros nos primeiros oito meses do ano, face a 2015, leva a “geringonça” a lembrar as palavras de Passos Coelho e a salientar que, afinal, “o diabo não chegou em Setembro”. Mas o líder do PSD desconfia e continua pessimista.

O Ministério das Finanças anunciou que o défice das administrações públicas atingiu 3.990 milhões de euros até Agosto deste ano, menos 81 milhões de euros do que o registado no mesmo período de 2015.

O gabinete de Mário Centeno atesta que a redução face aos primeiros oito meses do ano passado foi “conseguida através de um aumento da receita de 1,3%, superior ao crescimento de apenas 1% da despesa”. No entanto, ainda assim, o Estado gastou mais quatro mil milhões de euros do que arrecadou.

Os números deixam o governo satisfeito e António Costa já demonstrou a sua “tranquilidade” com os dados da execução orçamental divulgados pela Direcção-Geral de Orçamento (DGO).

“Portugal está a conseguir alcançar de uma forma confortável o seu objectivo orçamental”, refere o primeiro-ministro, afiançando que “a União Europeia fixou um objectivo de 2.5%” para o défice.

“Estamos confortáveis com essa meta e ficaremos abaixo da meta fixada pela UE“, garante ainda Costa.

Na mesma linha de pensamento, o vice-presidente da bancada parlamentar do PCP, António Filipe, nota que os números revelam que  “a situação está controlada e dentro daquilo que era previsto”.

Catarina Martins, a líder do Bloco de Esquerda, prefere, por outro lado, lançar “alfinetadas” à oposição de direita, notando que “os dados da execução orçamental mostram uma redução do défice grande e por isso como é possível uma política que recupera rendimentos, em vez de cortes, como prova que o diabo afinal não chegou em Setembro”.

“O diabo é sempre e só a austeridade”, afirma ainda Catarina Martins.

Passos acusa governo de estar a “travar” a despesa

O líder do PSD, contudo, não acompanha a leitura optimista da “geringonça”. Mesmo não conhecendo ainda, claramente os dados do governo, Passos Coelho avisa que o que se viu dos primeiros sete meses do ano “não augura nada de bom”.

“Aquilo que são aparentemente as boas contas resultam do facto de o Governo estar a travar às quatro rodas a despesa que ele próprio tinha programado em termos de investimento público e de aquisição de bens e serviços”, sublinha o líder do PSD, notando que o Estado “não está a realizar os contratos que se comprometeu a realizar”.

Passos conclui assim, que, ao contrário do que Costa defende, “não haverá condições para ficar confortavelmente abaixo de 2,5%”, vaticinando que o mais provável é que fiquemos “confortavelmente acima disso”.

Do lado do CDS-PP, o dirigente Pedro Mota Soares revela-se também, preocupado com os dados da execução orçamental.

“Infelizmente, estes dados não são boas notícias para o país, são a prova de que o modelo de crescimento económico que as esquerdas prometeram a Portugal está a falhar”, afirma Mota Soares.

Pagamentos em atraso atingem 1.157 milhões em agosto

A Direção-Geral de Orçamento informou ontem que os pagamentos em atraso das entidades públicas atingiram 1.157 milhões de euros até agosto, mais 17 milhões do que em julho e mais 60 milhões do que no mesmo período do ano passado.

Na síntese de execução orçamental até agosto divulgada ontem, a DGO afirma que esta subida mensal do montante das dívidas da Administração Pública por pagar há mais de 90 dias é “essencialmente explicada pelos hospitais EPE, que registaram um aumento de 38 milhões de euros, tendo sido parcialmente compensada pela diminuição de 15 milhões de euros registados na Administração Local”.

Nos hospitais EPE, os pagamentos em atraso totalizaram 713 milhões de euros em agosto, um aumento de 38 milhões face ao mês anterior e de 244 relativamente a agosto do ano passado.

Na Administração Local, o montante das dívidas por pagar atingiu 208 milhões de euros, menos 15 milhões de euros do que o verificado em julho e uma redução de 68 milhões face a agosto de 2015.

Na semana passada, a Comissão Europeia deixou um alerta face ao aumento dos pagamentos em atraso no setor público, sobretudo na saúde, considerando que é um dos riscos à execução orçamental para o conjunto deste ano.

A dívida não financeira total das administrações públicas, ou seja, toda a despesa efetuada e não paga e onde se incluem as dívidas por pagar há mais de 90 dias, registou uma redução de 87 milhões de euros em agosto face ao mês anterior, cifrando-se nos 2.369 milhões de euros.

Este decréscimo é explicado pelas reduções registadas na Administração Local (-48 milhões de euros), na Administração Regional (-26 milhões de euros) e na Administração Central (-13 milhões de euros), segundo a DGO.

ZAP / Lusa

8 Comments

  1. Pois é quando está a esquerda no governo a quem eles devem calam-se que nem ratos… quando estão lá outros a comunicação social não se cala… É tudo politica quem se LIXA sempre é quem trabalha verdadeiramente.

  2. estas notícias não merecem qualquer credibilidade, até porque a comunicação socia, salvo honrosas excepções – poucas, não tem rigor nem credibilidade; anda ao sabor de interesses partidários e sem isenção.
    mais uma notícia da treta…

  3. Portanto, Passos e a Mota Soares estão preocupados com as contas por pagar a mais de 90 dias estarem 60 milhões acima das suas (1.157 – 1.097), mas não dizem nada sobre a esforço que está a ser feito para devolver o IVA que o seu governo reteve indevidamente às empresa em 2015 e que leva a um aumento destas devoluções em 325 milhões em comparação com 2015. Ou sobre o facto de ter sacado 200 milhões de IRC em 2015 que eram devidos apenas em Abril de 2016.
    A pafiola continua a sua baixa pulhitica.

  4. É pá, parece que o Coelho voltou a enganar-se nas previsões tenebrosas que “botou” para a luz do dia. Já no défice de 2015 se enganou também, apesar de ser ele o responsável na altura pela coisa. Bem faz o “irrevogável” que anda por aí caladinho sem dar nas vistas, a ver se a malta esquece a participação dele no governo de má memória, e a preparar uma eventual candidatura á Presidência da República.

    • O Sr não sabe o que diz. O Coelho não se enganou. Quem está enganado é voçê. Vai ver a conta a pagar quando tiver cá o FMI outra vez. Se acha que esta espécie de aliança feita para pura e simplesmente usurpar o poder de quem ganhou as eleições vai funcionar 4 anos está muito engando. E se funcionar é porque vai haver muita coisa escondida, o estilo da Madeira.

  5. E mais não andam a vender tudo o que é empresa rentável, (CTT, EDP, CIMPOR, etc, etc.) e até ainda conseguiram travar o negócio ruinoso da TAP…

    • Para mim deveriam vender o estado todo. Ladroes !!!!
      Para si tudo deve ser estado. Com previlegios não é ??? ADSE, reformas, progressões automáticas nas carreiras, horários de 35 horas, etc etc etc. E os outros a pagar. Vá bugiar amiga. Vá TRABALHAR que é coisa que de certeza não faz.

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