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Adiamento das autárquicas parte PSD ao meio (e há até quem defenda uma antecipação)

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Rodrigo Antunes / Lusa

O presidente do PSD, Rui Rio, defendeu o adiamento de, pelo menos, dois meses das eleições autárquicas, alegando ser um risco fazer campanha de proximidade “sem imunidade de grupo e 70% da população vacinada” contra a covid-19. Porém, nem todos os sociais-democratas concordam.

De acordo com o semanário Expresso, as opiniões sobre um possível adiamento das eleições autárquicas variam muito dentro do PSD.

Paulo Cunha, presidente da Câmara de Vila Nova de Famalicão, interroga se o Governo conseguirá cumprir o plano de vacinação de 70% da população até final de agosto. Sem essa garantia, o autarca considera não haver outra boa solução que não seja o adiamento.

“É impossível fazer campanha de rua em semiconfinamento”, disse o líder da distrital do PSD de Braga, alertando que este cenário irá penalizar ainda mais os debutantes autárquicos, ficando “a democracia em causa”.

“Ninguém sabe nesta altura quando haverá alívio pandémico efetivo. Em vez estar a datar o adiamento por 60 dias, o razoável é acautelar legislação que permita o adiamento sem restringir, à partida, uma janela temporária”, acrescentou.

Por sua vez, Aires Pereira, presidente da Câmara da Póvoa de Varzim, tem “muitas dúvidas” em relação ao adiamento para dezembro, porque já se conhece a incidência da covid-19 no inverno e devido ao “grande constrangimento” que causará à aprovação dos orçamentos municipais “num ano em que chegará a bazuca” de fundos comunitários.

Atrasar as eleições significa atrasar novos investimentos, numa altura em que o país tanto precisa face ao impacto da pandemia”, disse. “Se alguém pensa que vai ganhar eleições por causa do adia­mento de dois meses, está redondamente enganado”.

Ricardo Rio sugeriu adiar a decisão para quando a questão seja suscitada daqui a um mês ou dois, quando houver um quadro de evolução do plano de vacinação.

Carlos Carreiras, por seu lado, mostra-se contra o adiamento e avançou publicamente ser “um erro” propor eleições “no pico do inverno”, em circunstâncias mais adversas do que no final do verão ou princípio do outono.

Carreiras defende ainda que o PSD deveria debater o voto por correspondência e o voto antecipado em mais do que um local por concelho.

Por outro lado, há até quem peça uma antecipação do escrutínio. Emídio Sousa, presidente da Câmara de Santa Maria da Feira, lembrou ao semanário que foi no verão que houve menor incidência de novos casos.

Segundo o autarca, “o melhor” era marcar as eleições para setembro e aproveitar o “período menos crítico de agosto para fazer campanha ao ar livre”. Se é para adiar, “então que se adie por um ano as eleições”.

Apesar da polémica, Hélder Sousa Silva, líder dos autarcas sociais-democratas, alega que cerca de 90% dos autarcas do partido serão “favoráveis” ao “pequeno ajustamento até dois meses”.

Direção de Rio criticada por chumbar Nuno Freitas

O PSD de Coimbra considerou este domingo a decisão da direção nacional do partido de chumbar o nome do médico Nuno Freitas como candidato à câmara local como “profundamente errada e desrespeitadora dos estatutos”.

Em comunicado, a comissão política concelhia do PSD de Coimbra reagiu à não homologação do candidato proposto para tentar retirar a câmara ao PS nas próximas eleições, enfatizando fazer um ano que os militantes social-democratas locais aprovaram, por unanimidade, o documento estratégico autárquico.

Numa publicação partilhada na sua conta no Facebook, Nuno Freitas escreveu: “Fui informado pela direção nacional que o PSD decidiu não apoiar a decisão do PSD de Coimbra, dos órgãos concelhios e distritais, e não homologar o meu nome como eventual candidato às próximas eleições autárquicas e que vai apoiar o professor José Manuel Silva”.

O PSD de Coimbra deu conta que o coordenador autárquico nacional, José Silvano, “informou que o nome escolhido pelos órgãos locais do PSD de Coimbra para encabeçar a candidatura do partido às próximas eleições autárquicas no concelho, o militante, médico e empresário Nuno Freitas, não será homologado pela Comissão Política Nacional do PSD”.

Sobre esta decisão que entende “ser profundamente errada e desrespeitadora dos estatutos, das decisões e vontade dos órgãos locais, e mais importante, de todos os que na sociedade civil de Coimbra vinham ajudando a construir uma alternativa credível ao PS”, a concelhia “vem publicamente pedir desculpa”.

“Ao Dr. Nuno Freitas, o nosso agradecimento pelo empenho e entusiasmo para liderar um projeto político alternativo, que muitos acreditam como imperioso para o futuro do concelho e região em que estamos inseridos”, lê-se ainda no comunicado.

Insistindo tratar-se de uma “decisão unilateral e prepotente” garantem que o PSD de Coimbra “continuará unido e tudo fará para criar as condições necessárias e ser a única e verdadeira alternativa ao Partido Socialista”.

O deputado António Maló de Abreu foi apontado “entre aqueles” que “tentaram por diversas vezes e, até publicamente, ao longo dos últimos meses, criar a desunião e a intriga junto das bases do PSD local, numa tentativa clara de oportunismo político e tentando ultrapassar as competências estatutárias do PSD”, situação que disseram “repudiar totalmente”.

Neste cenário, o PSD de Coimbra mostra vontade para “agendar uma assembleia concelhia para ouvir, debater e apoiar esta nova estratégia autárquica do PSD” e assegura que “sem guerrilhas internas” demonstrarão ser “credores da confiança” e “colocando Coimbra em primeiro lugar”.

As próximas eleições autárquicas estão previstas decorrer entre setembro e outubro.

Maria Campos, ZAP // Lusa

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1 Comment

  1. Se as últimas eleições se realizaram em plena pandemia, porque não realizar as autárquicas, que já está melhor? Deve-se sim é cumprir as normas de segurança e testar os elementos das mesas. Caso contrário, irá comprometer a gestão das autarquias.

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