O BES segue hoje a cair 9,04% na bolsa de Lisboa, no momento em que o banco passa pelo processo de alteração da gestão, com as ações a já terem derrapado 15,1% desde o final de quinta-feira.
Pelas 15:15, a BES era o título que mais caía no PSI20, o principal índice da bolsa de Lisboa, ao ceder 9,04% para 0,775 euros. Também a Espírito Santo Financial Group (a ‘holding’ familiar que detém 25,1% do BES) seguia a perder, neste caso 3,89% para 2,35 euros.
Os títulos do BES estão a cair há cinco sessões consecutivas na bolsa de Lisboa e desde quinta-feira da semana passada já cederam 15,1%.
Além do BES, as restantes ações da banca estão hoje a liderar as quedas na bolsa de Lisboa, com o BCP a ser o segundo título que mais caía, ao perder 4,58% para 0,16 euros, quando surgem notícias de um eventual aumento de capital do banco.
O BES e a Espírito Santo Financial Group (ESFG) têm vivido um período conturbado, que culminou com o agendamento, na sexta-feira, de uma assembleia-geral extraordinária do BES para 31 de julho.
Entre as propostas para a reunião magna, está a saída do líder histórico Ricardo Salgado da presidência executiva do banco e a sua substituição na liderança da instituição por Amílcar Morais Pires, atual administrador financeiro e braço direito de Salgado.
No entanto, Ricardo Salgado não vai dizer adeus à instituição. Isto porque, caso os acionistas assim o aprovem, vai presidir a um novo órgão do banco, o Conselho Estratégico, para que transitam ainda os atuais administradores José Manuel Espírito Santo Silva, José Maria Ricciardi, Ricardo Abecassis e Pedro Mosqueira do Amaral.
Porém, na segunda-feira, um comunicado de José Maria Ricciardi indica que o gestor não deve vir a integrar o Conselho Estratégico.
Nesse comunicado, o administrador do Banco Espírito Santo (BES) e presidente do BES Investimento, José Maria Ricciardi, revelou que vai sair de todos os órgãos sociais das empresas do Grupo Espírito Santo (GES), dedicando-se em exclusivo ao banco de investimento.
O responsável tornou ainda público que teve a possibilidade de passar a liderar o setor financeiro do GES (que conta com o BES e a seguradora Tranquilidade entre os principais ativos), algo que recusou, ao mesmo tempo que dá conta de que não participou na elaboração do novo modelo de governação do banco proposto na última sexta-feira pelo principal acionista, o ESFG.
/Lusa
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