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Acabaram as buscas por Maddie. Material recolhido vai ser entregue à Alemanha

Ricardo Nascimento / Lusa

Buscas por Maddie McCann na Barragem do Arade

As autoridades policiais cumpriram hoje o terceiro dia de buscas na barragem do Arade, em Silves, no âmbito do caso Maddie, dia suplementar ao inicialmente previsto, tendo sido iniciada a desmobilização de meios.

O material recolhido durante as buscas que decorreram durante três dias na barragem do Arade, em Silves, no âmbito do caso Maddie, vai ser entregue às autoridades alemãs para perícias.

“A Polícia Judiciária informa que foram dadas como cumpridas as diligência solicitadas pelas autoridades alemãs, através de um pedido de cooperação internacional, de que resultou a recolha de algum material que irá ser sujeito às competentes perícias”, lê-se numa nota enviada pela PJ.

As autoridades policiais cumpriram hoje o terceiro e último dia de buscas na barragem do Arade – mais um do que o inicialmente previsto – para tentar encontrar indícios relacionados com o desaparecimento de Madeleine McCann, há 16 anos.

“Salvaguardados que foram os interesses da investigação ainda em curso em Portugal, o material recolhido será entregue às autoridades alemãs, de acordo com as regras da cooperação judiciária internacional”, prossegue a nota.

Desde as 13:00 que é visível a desmobilização de meios logísticos e materiais instalados tanto na base das operações, como nas zonas onde foram realizados os trabalhos, circulando, também, entre os jornalistas a informação do término da investigação no local.

A Lusa contactou o gabinete de imprensa e fez outras diligências junto da Polícia Judiciária (PJ), mas sem sucesso, não tendo sido possível confirmar que as buscas para tentar encontrar indícios que possam desvendar o desaparecimento da menina britânica chegaram ao fim.

A presença das autoridades apenas se manteve até às 16:00, tendo a Lusa constatado que uma das três tendas instaladas onde os investigadores efetuaram diligências foi desmontada, bem como outra, da PJ, montada na base logística, a um quilómetro daquele local.

Na estrada junto à área onde estão concentrados os jornalistas, foi visível a saída de carros dos sapadores a transportar as máquinas que estiveram envolvidas, nos três dias, nos trabalhos de desmatação e limpeza, assim como de viaturas com vários elementos da PJ, GNR e Proteção Civil.

Os investigadores regressaram esta manhã ao terreno acompanhados também por sapadores florestais munidos de equipamentos para limpar zonas de mato e vegetação numa das margens da bacia da barragem do Arade, depois de as autoridades terem decidido prolongar as buscas, que deveriam ter terminado na quarta-feira.

Durante a manhã e início da tarde, as buscas decorreram com movimentações no terreno de várias equipas de operacionais, acompanhados por investigadores das polícias portuguesa, britânica e germânica.

Até agora, não foi tornado público que tenha sido encontrado qualquer indício que permita  desvendar o que aconteceu à criança inglesa há 16 anos. E o ex-inspector da Polícia Judiciária Gonçalo Amaral teme que se “plantem” provas no local.

“É um pouco estranho este orçamento e meios no terreno para esta operação. Pergunto porquê? Para isto, é preciso ter fundamentos fortes e não são apenas um simples ‘ele estava neste local, por isso vamos ali procurar’”, refere o antigo agente da Polícia Judiciária, que esteve envolvido na investigação original do caso.

A menina de origem britânica desapareceu em 2007 de um aldeamento turístico na Praia da Luz, no concelho de Lagos, onde estava a passar férias com os pais e os irmãos, a cerca de 50 quilómetros do local onde decorrem estes trabalhos.

As buscas foram requeridas pela polícia germânica por suspeitar do envolvimento de um cidadão alemão no desaparecimento da criança, e que alegadamente frequentava aquele local na barragem do Arade, no concelho de Silves, no distrito de Faro.

A realização destas buscas em 2023, 16 anos depois do desaparecimento, estão a ser acompanhadas pela Polícia Metropolitana de Londres e pela Polícia Judiciária, com o apoio da Guarda Nacional Republicana, Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil e Bombeiros Voluntários de Silves.

// Lusa

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