A Marinha Russa está a aplicar uma abordagem radical para proteger os seus navios de guerra mais valiosos de ataques ucranianos, aplicando um esquema de camuflagem que tenta confundir os operadores de drones ucranianos levando-os a errar o seu alvo.
Em resposta à ameaça crescente dos drones marítimos da Ucrânia, a Marinha Russa optou por um método antigo de camuflagem para a sua poderosa fragata Almirante Essen, uma das duas fragatas da classe Almirante Grigorovich no Mar Negro.
A técnica usada é simples: pintar com uma cor escura a proa e a popa da embarcação.
A pintura das extremidades do navio têm como objetivo confundir os sistemas de radar e os operadores de drones em relação ao tamanho real da embarcação — levando-os a errar a identificação do alvo.
O truque da marinha russa foi confirmado através de imagens de satélite, obtidas pelo especialista em sistemas submarinos e subsuperficiais H.I.Sutton e partilhadas online pelo Naval News, que mostram as novas pinturas do navio.
H.I.Sutton / Naval News
Camuflagem da Almirante Essen
Esta tática imita as usadas durante a II Guerra Mundial pela Kriegsmarine, a marinha alemã entre 1935 e 1945, que usou uma camuflagem semelhante no couraçado K.M.S. Bismarck.
Esta forma de camuflagem visa confundir os observadores acerca do tamanho exato do navio — e portanto da sua identidade — aplicando uma cor escura à proa e à popa, por vezes com pinturas de ondas falsas junto ao nível da água.
Não é garantido que a estratégia da marinha russa seja eficaz, mas a verdade é que o exército russo está também a usar técnicas antigas para suster o avanço da contra-ofensiva ucraniana — e as suas trincheiras do tempo da II Guerra estão a ser um sucesso.
Com capacidade para 8 mísseis de cruzeiro de ataque terrestre Kalibr, equivalentes ao Tomahawk americano, as fragatas da classe Almirante Grigorovich desempenham um papel crucial na ofensiva das tropas russas.
Estas fragatas, agora os navios de guerra mais poderosos da frota do Mar Negro da Rússia, servem como navios-almirante desde que o cruzador Moskva foi afundado, em abril do ano passado — sendo portanto um alvo cobiçado pelas forças ucranianas.
Junho de 2022
“ Serviços secretos militares britânicos dizem que Moscovo já usou quase todos os “mísseis modernos” e que, por causa das sanções, só poderá recorrer a armamento antigo. “