Defesas entrincheiradas, construídas com princípios inalterados desde a Guerra Fria, estão a criar obstáculos significativos para as contraofensivas ucranianas.
As tropas russas na Ucrânia estão a recorrer a técnicas da II Guerra Mundial para construir elaboradas defesas no campo de batalha — uma estratégia que é um dos poucos elementos bem-sucedidos da Operação Militar Especial de Vladimir Putin.
De acordo com um relatório da organização britânica Royal United Services Institute (RUSI), os engenheiros militares russos estão a usar um sistema de defesa de três níveis que inclui trincheiras de infantaria, postos de tiro e posições de recuo.
Cada linha de defesa é reforçada com obstáculos revestidos a betão, arame farpado, valas anti-tanque e minas.
Estas defesas, algumas das quais com mais de 30 quilómetros de cumprimento, estão estrategicamente posicionadas em áreas florestais e colinas para uma cobertura ótima.
Um aspeto particularmente formidável da defesa russa é o uso intensivo de minas, que são difíceis de limpar devido aos seus múltiplos gatilhos e dispositivos anti-sabotagem, realça o Insider.
Estas minas mostraram ser eficazes a repelir ataques ucranianos, tendo causado danos significativos aos novos tanques e veículos de combate de infantaria fornecidos pela ocidente à Ucrânia.
Além disso, a dificuldade em localizar e remover estas minas, que normalmente são colocadas num padrão não discernível e raramente são marcadas, representa um desafio adicional para as tropas Ucranianas, envolvidas nas últimas semanas numa contraofensiva para reconquistar terreno aos russos.
Com efeito, a construção destas defesas é um dos fatores que tem dificultado o avanço ucraniano, apesar da assistência da Finlândia e dos EUA, que forneceram à Ucrânia equipamento de engenharia especializado e munições especiais destinadas a remover minas e obstáculos
Não é certo se esta ajuda será suficiente para ajudar a Ucrânia a penetrar as densas fortificações russas, mas o uso destas minas pelas forças russas tem levantado preocupações com o seu impacto a longo prazo na Ucrânia.
A Rússia não assinou o Tratado de Ottawa, de 1997, que proíbe o uso de minas antipessoais, o que permite que as suas forças usem livremente explosivos despoletados por vítimas inocentes — agora, e no futuro.
Isto significa que, muito tempo depois de as tropas russas que as colocaram terem saído da Ucrânia, os ucranianos provavelmente continuarão a fazer explodir estas minas — que nas últimas décadas reclamaram milhares de vidas civis em antigos campos de batalha em todo o mundo.