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À direita, o caminho faz-se cada um por si

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Manuel de Almeida / Lusa

O ex-primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho (D), conversa com o líder do PSD, Rui Rio

O alvo é o mesmo, a visão é parecida e todos concordam que é na soma das várias partes que a direita pode voltar ao poder. No entanto, para já, o caminho é feito individualmente. Não há mãos dadas: é uma espécie de cada um por si até à meta comum.

Esta semana, a convenção do Movimento Europa e Liberdade (MEL) juntou a direita e os seus quatro líderes (do PSD, CDS, IL e Chega) para ver onde se uniam e o que os separava.

Se o objetivo é o mesmo, ficou claro, no entanto, que o caminho se faz em separado. De acordo com o semanário Expresso, as críticas recaíram maioritariamente em Rui Rio, com Francisco Rodrigues dos Santos, Cotrim Figueiredo e André Ventura a colar o PSD ao PS de António Costa.

“Para combater a esquerda precisamos de uma direita forte, não de uma obsessão pelo centro”, que “é uma ideologia de fachada que só serve para fazer fretes ao PS“, disse o líder do CDS.

“Rui Rio não tem conseguido fazer o seu papel de oposição à direita”, atirou o líder do Chega e Cotrim de Figueiredo concretizaria: “Quando Rio diz que era melhor o Novo Banco ter ficado na órbita do Estado está a fazer o discurso do BE e do PCP, ou quando vota ao lado do PS o fim dos debates quinzenais ou o orçamento suplementar”.

Se encostar o PSD ao PS é uma estratégia que enfraquece Rio, não é, por outro lado, o melhor caminho, porque um PSD fraco contamina toda a direita.

Por isso é que, na convenção do MEL, todos suspiravam pelo regresso de Passos Coelho – a esperança de encontrar um líder social-democrata que una e faça crescer a direita ainda não morreu.

Já Rui Rio considera que é importante fazer algumas reformas no país e culpa o PS por não aproveitar o líder da oposição que tem. É um ciclo vicioso: o regime está doente, precisa de reformas, as reformas fazem-se ao centro, Rio mostra-se disponível para dar a mão ao PS, mas é o PS que não quer.

Continuar neste ciclo faz sentido porque, para o líder do partido, o PSD é “de centro” e é ao centro que se ganham votos.

Longe vão os tempos em que o PSD ganhava “sozinho”. O partido “dificilmente terá uma maioria absoluta”, admitiu Rui Rio.

ZAP //

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