Depois dos debates, a campanha presidencial arranca e vai em força para a estrada com os candidatos a gastarem os últimos cartuchos no contacto com o povo.
Nestes dias de temporal, nem os candidatos podem fugir do assunto. Foi o que aconteceu com Marcelo Rebelo de Sousa que foi convidado a ir ver as cheias em Mirandela pelo autarca local, António Branco.
Perante as queixas do presidente da Câmara, que fala numa situação de uma gravidade que não se vivia na cidade desde 2005, o ex-comentador não fez mais do que “observar, ouvir e não falar“, notando que não é da competência de um candidato assumir posições perante um cenário destes.
Mas Marcelo não se calou quando quis passar a mensagem de que é preciso decidir as presidenciais logo à primeira volta, com a sua eleição, claro está.
A ideia de poder arriscar uma segunda volta, como têm deixado antever as últimas sondagens, parece preocupar o professor que nota que “tem que ser à primeira”.
“O país está cansado de campanhas eleitorais e é importante uma clarificação rápida para o próximo Presidente começar a função de unir, ligar e fazer convergir”, destaca Marcelo.
O candidato deixa também antever um regresso à sua postura de professor simpático, depois de ter revelado alguma agressividade nos debates com Sampaio da Nóvoa e Maria de Belém.
“Às vezes sou considerado demasiado suave, mas eu acho que a função do Presidente da República é essa”, justifica Marcelo.
Sampaio da Nóvoa compara Marcelo a uma rifa
Na campanha de Sampaio da Nóvoa a estratégia de ataque a Marcelo prossegue com o ex-reitor a ganhar fôlego com as recentes sondagens e a almejar a ida a uma segunda volta.
“Nos últimos oito dias caiu um mito“, diz com confiança o candidato, avisando que “em democracia nada está resolvido”.
“Votar em Marcelo é o mesmo que escolher uma rifa, nunca se sabe o que nos calha em sorte”, atira também Sampaio da Nóvoa que deixa igualmente muitas críticas a Cavaco Silva.
Maria de Belém e um balde de água fria
A estratégia da ex-ministra da Saúde passa por mostrar as provas dadas no âmbito deste sector que tantas críticas tem merecido. Mas na visita ao Hospital de Portimão o presidente da administração, Pedro Nunes, não alinhou pela sua ideia de que tem havido um desinvestimento no Serviço Nacional de Saúde.
“No que diz respeito ao centro hospitalar, não sou testemunho de desinvestimento”, considerou Pedro Nunes para decepção de Maria de Belém.
A candidata defendeu a sua condição de mulher e deixou críticas veladas a Marcelo pelas suas “habilidades retóricas” e o “discurso encantatório”, notando que “o tempo não está para aventuras nem para experimentações” e que “os erros das escolhas duram sempre pelo menos cinco anos”.
Marisa Matias quer alimentar ciclo da mudança
Marisa Matias começou a campanha na Madeira com o apoio de Catarina Martins e apontou para a necessidade de continuar a alimentar o ciclo de “mudança” e de “esperança” aberto com a vitória da esquerda nas eleições legislativas.
“Vamos decidir se queremos ter uma presidente a ajudar esta mudança ou se vamos ter um presidente que quer matá-la no berço”, atira a candidata bloquista que deixou também críticas a Marcelo, conotando-o com as “elites económicas”.
Edgar Silva e o “caldeirão de Marcelo”
Com Jerónimo de Sousa ao lado, Edgar Silva começou a campanha presidencial com a confiança de que é possível derrotar o candidato da direita, isto é, Marcelo.
Notando que “já se sabia que Passos, Portas e Cavaco juntarão o seu voto no caldeirão de Marcelo”, Edgar Silva refere que ficamos também a saber que Durão Barroso, “aquele que, abraçando Bush, agrediu o Iraque, o mesmo que, na Comissão Europeia, se uniu a Merkel para esmagar os interesses nacionais” vê igualmente no professor “o modelo perfeito de Presidente”.
ZAP