Para já, 567.930 votos foram desperdiçados. O Chega tem maioria absoluta de jovens no Parlamento. O moderado Filipe Sousa é a nova voz das ilhas.
Segundo o portal omeuvoto.com, quando ainda faltam apurar os dois círculos da emigração, até ver, 567.930 votos não convertidos em mandatos.
Isto corresponde a 9,76% do total de votos válidos, com o círculo de Portalegre, que só elege dois deputados, a voltar a ser o mais penalizado.
No distrito de Portalegre, quase metade (40%) dos votos não foram convertidos em mandatos.
“De que serve estar inscrito na lei o princípio da igualdade de voto, se depois, na prática, acontecem situações de desequilíbrio flagrante como estas?” questionam os responsáveis pelo projeto omeuvoto.com, citados pelo Jornal de Notícias.
Os criadores sugerem a formação de um círculo de compensação; e dão como o exemplo o ADN, que obteve, até agora, 78.914 votos. O número de votos do ADN quatro vezes superior ao do Juntos pelo Povo – 20.126 -, que elegeu graças à concentração dos seus votos na Madeira.
O círculo de compensação permitiria que os eleitores do ADN também estivessem representados na Assembleia da República.
Seis sub-30 no Parlamento
O Chega tem maioria absoluta nos jovens do Parlamento. Ao todo, são seis os deputados com menos de 30 anos, que terão assento na nova legislatura.
Madalena Cordeiro, de 21 anos; Lina Pinheiro, de 25 anos; Rita Matias, de 26 anos; e Daniel Teixeira, de 29 anos são os deputados mais jovens do Chega.
Madalena Cordeiro (eleita por Lisboa) já foi, na última legislatura, e vai continuar a ser a deputada mais nova do Parlamento, na última legislatura, e vai continuar a sê-lo.
Rita Matias, a primeira deputada de sempre do Chega, presidente da Juventude Chega e cabeça de lista por Setúbal, garante assento na Assembleia da República pela terceira vez.
Daniel Teixeira também repete a presença parlamentar através do círculo de Setúbal. Lina Pinheiro (Braga), por seu turno, é uma estreia no Parlamento.
Os restantes sub-30 são Ana Gabriela Cabilhas, de 28 anos, da AD – Aliança Democrática; e Miguel Costa Matos, de 30 anos, do PS – Partido Socialista.
Ana Gabriela Cabilhas repete a presença no Parlamento. Foi reeleita pelo círculo do Porto como número três, atrás de Paulo Rangel e Nuno Melo.
Miguel Costa Matos foi eleito por Lisboa e vai já na sua quarta legislatura. Está no Parlamento desde os seus 25 anos.
A nova voz das ilhas
Pela primeira vez, o já mencionado Juntos Pelo Povo elegeu um deputado para a Assembleia da República: Filipe Sousa é a “nova voz das ilhas” no Parlamento.
O Juntos Pelo Povo (ou JPP) foi criado em 2008 por um movimento de cidadãos no humilde concelho de Santa Cruz, na zona leste da Madeira, cuja autarquia lidera desde 2013 com maioria absoluta.
O JPP tornou-se, depois, partido em 2015, ano em que conseguiu eleger cinco deputados ao Parlamento Regional. 10 anos depois, e
Volvidos dois meses, o consegue um lugar histórico na Assembleia da República. É a primeira vez que um partido de cariz regional, com sede fora de Lisboa, chega a este lugar, ao leme de Filipe Sousa.
O Público aponta os incêndios na Madeira como o momento-chave para a assunção do partido. Filipe e o seu irmão Élvio Sousa assumiram as rédeas do combate às chamas, perante a fragilidade de resposta municipal (enquanto o presidente da autarquia estava de férias em Porto Santo).
No ano seguinte, Filipe Sousa venceu a Câmara de Santa Cruz – o segundo município mais populoso da região, que o PSD “detinha” desde 1976.
O JPP foi formalmente aceite pelo Tribunal Constitucional em 2015. Desde então, afirmou-se na Assembleia Regional e na Câmara de Santa Cruz, sempre com os irmãos Sousa no plano: “Élvio no parlamento [regional] com uma personalidade extravagante. Filipe na câmara com uma postura estadista e um perfil moderado“, descreve o Público.
Filipe Sousa já tinha experiência como presidente da Junta de Gaula (entre 1997 e 2007) e deputado regional do PS.
Agora, com 60 anos, este domingo, igualmente num tom calmo e sem grandes euforias, deixou claro que vai ser a “voz das ilhas” na República. “Não vamos passar cheques em branco a ninguém. Temos de passar o caderno de encargos”.
O JPP assume, sem tabus, que a principal missão do partido se centra na Madeira.
No debate “dos pequeninos”, durante a campanha, Filipe Sousa havia deixado bem claro que a grande missão do JPP é a Madeira e os madeirenses: “É por eles que aqui estou”.
Durante a campanha, Filipe Sousa sublinhou que o JPP se distingue dos “partidos tradicionais” pela sua “matriz humanista e de proximidade com a população” e, por isso, acredita que vai “marcar a diferença no panorama nacional”.
Filipe Sousa destacou a elevada taxa de desemprego jovem na Madeira, a taxa de população empregada em risco de pobreza, que disse afetar cerca 20 mil madeirenses, e a taxa de risco de exclusão, que abrange cerca de 70 mil pessoas, bem como a elevada dívida pública que “sufoca as finanças regionais em mais de 600 milhões de euros por ano”.
E eu a pensar que ia ter a sexy Joana Amaral Dias na Assembleia, lá me terei de contentar com a Rita Matias que até me excita quande se enerva e se vê a veia do pescoço…