Atentos ao JPP. Nunca esteve tão perto da Assembleia da República

1

Embalado pelo melhor resultado de sempre nas eleições regionais da Madeira de março, o JPP acredita que está mais perto do que nunca de, pela primeira vez, eleger deputados para a Assembleia da República.

O JPP (Juntos pelo Povo) brilhou, nas recentes eleições na Madeira. O partido obteve o melhor resultado de sempre nas legislativas regionais antecipadas de março, com 11 deputados, tornando-se, assim, o líder da oposição ao ultrapassar o PS.

Se o JPP mantiver o mesmo número de votos que conseguiu em março deste ano, na Madeira, nas eleições regionais, o partido conseguirá eleger, pela primeira vez, deputados para a Assembleia da República.

O JPP concorre em 10 círculos eleitorais: Coimbra, Braga, Faro, Setúbal, Porto, Lisboa, Madeira, Açores, Europa e Fora da Europa. Nas eleições legislativas de 10 de março do ano passado, obteve, ao todo, 19.145 votos (0,31%), não conseguindo eleger nenhum deputado.

O círculo da Madeira elege seis deputados à Assembleia da República, onde atualmente têm assento três representantes do PSD, dois do PS e um do Chega.

Mas este ano é diferente. O JPP nunca esteve tão perto da Assembleia da República.

JPP acredita na eleição de deputados

Em declarações aos jornalistas, esta sexta-feira, o cabeça de lista do JPP pelo círculo da Madeira, Filipe Sousa, afirmou que a região autónoma precisa de uma “voz diferente” na República e mostrou-se confiante na eleição.

“Aquilo que os madeirenses precisam é de uma voz diferente, uma voz que não tem comandos em Lisboa, e acredito que desta vez será possível”, disse, citado pela Lusa, considerando que o JPP poderá reforçar a votação face às eleições regionais antecipadas de 23 de março, em que obteve mais de 30 mil votos.

“Poderá haver muitos (eleitores) que também se podem juntar para, de uma vez por todos, termos uma voz diferente na República”, sustentou, acrescentando: “Acreditamos que a população da Madeira e do Porto Santo possa fazer história nestas eleições.”

O que distingue o JPP?

No debate “dos pequeninos”, esta terça-feira, Filipe Sousa deixou bem claro que a grande missão do JPP é a Madeira e os madeirenses: “É por eles que aqui estou”.

Apesar dessa premissa, no frente a frente, o líder do partido madeirense propôs-se a melhorar as condições de vida de todos os portugueses – “não só das ilhas geográficas, mas sim das ilhas que compõem Portugal no seu todo, como os jovens”.

Esta sexta-feira, numa ação de campanha, no centro do Funchal, Filipe Sousa sublinhou que o JPP se distingue dos “partidos tradicionais” pela sua “matriz humanista e de proximidade com a população” e, por isso, acredita que vai “marcar a diferença no panorama nacional”.

“Os partidos tradicionais estão completamente submissos às lógicas partidárias e aos comandos em Lisboa e não conseguem resolver os problemas da autonomia”, argumentou, passando a indicar alguns dados que provam o mau desempenho de tais partidos na Assembleia da República.

Filipe Sousa destacou a elevada taxa de desemprego jovem na Madeira, a taxa de população empregada em risco de pobreza, que disse afetar cerca 20 mil madeirenses, e a taxa de risco de exclusão, que abrange cerca de 70 mil pessoas, bem como a elevada dívida pública que “sufoca as finanças regionais em mais de 600 milhões de euros por ano”.

O JPP nasceu de um movimento de cidadãos no concelho de Santa Cruz, na zona leste da Madeira, cuja autarquia lidera desde 2013 com maioria absoluta, e tornou-se partido em 2015, ano em que elegeu cinco deputados ao parlamento regional.

Filipe Sousa é um dos fundadores e ex-presidente do partido, mas atualmente não assume nenhum cargo de dirigente, sendo presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz desde 2013, função que suspendeu em 7 de abril para encabeçar a lista às legislativas.

Miguel Esteves, ZAP //

1 Comment

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.