Rita Matias, a única deputada do Chega, diz-se antifeminista

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Rita Matias, a única deputada eleita pelo Chega, diz-se antifeminista porque considera que a luta feminista “deixa-nos cativas de uma narrativa em que a complementaridade que pode haver entre homem e mulher é subvalorizada”. As declarações tornaram-se virais nas redes sociais.

Aos 23 anos, Rita Matias é a mais jovem deputada do Parlamento e a única mulher eleita pelo Chega.

Em entrevista à CNN Portugal, na terça-feira, a deputada explicou por que se afirma como antifeminista: “Quando fiz essa afirmação foi no sentido de que muitas das vezes as necessidades das mulheres acabam por serem esquecidas neste combate em que tentam colocar o homem contra a mulher; acho que a mulher é a primeira a perder.”

Rita Matias disse que há atualmente uma “injustiça no mercado laboral que prejudica as mulheres por serem mães“.

“Houve uma notícia recente que conta que duas mil mulheres portuguesas foram despedidas por terem sido mães. É um problema que é pouco falado: 30% das mulheres foram vitimas de violência obstétrica”, defendeu a deputada, que entende que as mulheres “precisam de ser defendidas”.

“Muitas das vezes o feminismo que vemos ser defendido coloca-nos nesta oposição entre homem e mulher e deixa-nos cativas de uma narrativa em que a complementaridade que pode haver entre homem e mulher é subvalorizada“, atirou.

“Há muito mais riqueza nesta complementaridade do que em colocar os sexos em oposição”, acrescentou a única deputada mulher do Chega.

No seguimento da entrevista, destacou que faz “falta mais vozes femininas no espaço público para defender uma outra forma de defender a mulher, numa perspetiva mais conservadora, que até então não tinham tanto espaço público”.

Joana Amaral Dias acusou a deputada de ter “vergonha das ideias” do seu partido e de ser “cobarde” por não assumir “o que tem sido repetido por André Ventura e Chega”.

“Temos de começar por sanar contradições. Aquilo que acabamos de ouvir da Rita está em absoluto conflito com aquilo que tem sido defendido pelo Chega“, referiu a comentadora da CNN Portugal.

“Eu acho que a Rita tem de explicar, por exemplo, como é que o mandatário nacional desta campanha, Pedro Arroja, diz, e passo a citar sem descontextualizar: ‘Mulheres nas direções partidárias são um sinal da degenerescência‘”.

“O Chega é um movimento que nasceu em 2019 e que vai muito para além de qualquer opinião ou posicionamento pessoal de qualquer dirigente”, respondeu Rita Matias.

ZAP //

5 Comments

  1. Coitada… toda baralhada das ideias e tão nova e tão “velha” ao mesmo tempo…
    O discurso faz lembrar os pastores da IRUD!…
    Quando até a Joana Amaral Dias consegue ser mais razoável, o caso é mesmo grave…
    Começou nas homilias do CDS e, o resultado está à vista!!

  2. Coitada… não sabe que Salazar queria as mulheres encostadas ao balcão da cozinha porque tem os pés mais pequenos que os homens…e que para puder ir ao café ou outro lado qualquer tinha que pedir autorização ao marido se fosse casada ou ao pai se fosse solteira…mas ela coitada está toda baralhada.

  3. Foram as feministas que conseguiram o direito de voto para as mulheres, foram as feministas que conseguiram que as mulheres tivessem cargos políticos. E ao contrário do que ela pensa, ser feminista não significa deixar de gostar de homens e de conviver com eles.

    • O contrário de feminista (antónimo) será machista, certo? Igualdade de género é equilíbrio…
      Bem-vinda à cena política jovem mulher, fazem falta até para mudar o conceito das características de um deputado da AR.

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