Estela Silva / LUSA

Cristina Rodrigues e Pedro Pinto durante a convenção do Chega
Todos os partidos, à excepção do Chega, chumbaram o relatório preliminar da Comissão Parlamentar de Inquérito ao caso das gémeas luso-brasileiras, que foi elaborado pela deputada Cristina Rodrigues.
Cristina Rodrigues, eleita pelo Chega, foi a relatora desta Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) e foi a responsável pela redacção do documento que foi chumbado por PSD, PS, CDS, PCP, Bloco de Esquerda, Iniciativa Liberal, Livre e PAN.
Apenas os deputados do Chega, Cristina Rodrigues, Pedro Pinto e Rui Paulo Sousa, o presidente da CPI, votaram a favor.
As conclusões expressas no documento foram arrasadas pelos deputados que votaram contra, considerando que o Chega acabou por “partidarizar” a CPI.
“Pouco rigoroso” e com “conclusões forçadas”
O coordenador do PSD na CPI, António Rodrigues, sublinhou que as conclusões do relatório “têm a ver com a agenda que estava pré-anunciada“.
Já o coordenador do PS na Comissão, João Paulo Correia, acusou Cristina Rodrigues de “violar o princípio de isenção requerido pelo Regime Jurídico dos Inquéritos Parlamentares”, considerando que as conclusões retiradas pela deputada das audições “estão de costas voltadas ao apuramento dos factos”.
Por seu turno, o deputado do PCP Alfredo Maia referiu um relatório “pouco rigoroso”, com “conclusões forçadas” e destinado “a credibilizar uma causa”.
Já o deputado do CDS João Almeida classificou o documento como uma “narrativa” que expressa “convicções” e não factos, acusando Cristina Rodrigues de não ter tido “o cuidado” de “auscultar os grupos parlamentares”, o que sublinhou que é inédito.
Para Joana Mortágua do Bloco de Esquerda o relatório estava “pré-feito” e “corresponde mais a uma narrativa pré-determinada do que à verdade”.
E a deputada da Iniciativa Liberal Joana Cordeiro defendeu que o documento “não reflecte o que se passou”, mas “apenas as conclusões de um partido”.
Já a deputada do PAN Inês Sousa Real referiu-se a “uma efabulação, que corresponde a factos que não foram apurados”.
O líder do Chega, André Ventura, já reagiu a estas posições, falando em “vergonha” e realçando que os outros partidos “juntaram-se todos para branquear o comportamento dos responsáveis políticos” e para “deixar a culpa solteira”.
Relatório acusava Marcelo de “abuso de poder”
Os partidos, exceptuando o Chega, chumbaram o corpo do relatório, as conclusões e as recomendações apresentadas por Cristina Rodrigues no âmbito do caso das gémeas luso-brasileiras e do alegado tratamento de favor no acesso ao Serviço Nacional de Saúde.
A proposta de relatório acusava o Presidente da República de “abuso de poder”, considerando a sua conduta “especialmente censurável”.
Este relatório preliminar considerava também “absolutamente evidente” que o antigo secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, “interferiu neste processo, tendo dado ordem expressa e inequívoca para a marcação da consulta, bem sabendo que o que se pretendia” era realmente “o tratamento com Zolgensma“.
Aprovado relatório alternativo
A CPI acabou por aprovar um relatório alternativo apresentado pelo PS, com os votos favoráveis deste partido, a abstenção de PSD, CDS, IL, BE, PCP, Livre e PAN, e o voto contra do Chega.
Neste documento, aponta-se uma “intervenção especial”, sem ilegalidade, da Casa Civil do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
“Não conseguimos identificar, com total certeza, contactos realizados entre Maria João Ruela e as diversas instituições hospitalares”, concluíram também os deputados.
Esta ideia estava contida originalmente no corpo do relatório alternativo apresentado pelo PSD/CDS, mas não foi reflectida nas conclusões propostas por estes partidos. Contudo, o PS decidiu apresentá-la como conclusão, conseguindo a aprovação.
Uma outra conclusão aprovada, proposta pelo PS, refere que “as diligências levadas a cabo por Nuno Rebelo de Sousa [filho do Presidente da República] junto dos órgãos de soberania são a origem deste processo, sem nunca revelar o real motivo da sua actuação”.
No que respeita à intervenção de Lacerda Sales, os deputados aprovaram a proposta de PSD e CDS-PP que conclui que “deu orientações à sua secretária pessoal, Carla Silva, para assegurar a marcação da primeira consulta junto do serviço de neuropediatria”.
“Carla Silva cumpriu a instrução dada, realizando os contactos necessários (via telefónica e por e-mail, conforme acervo documental) para assegurar o início do processo destinado à marcação da consulta”, nota-se ainda no documento.
Esta conclusão foi aprovada com os votos favoráveis dos partidos proponentes, do Chega e do PAN, e mereceu a abstenção de BE, PCP e Livre, e o voto contra de PS e IL.
Rejeitada foi uma proposta de alteração do PS que não implicava directamente Lacerda Sales e indicava apenas que a “Secretaria de Estado da Saúde sinalizou o caso clínico das crianças à chefe do departamento de pediatria do Hospital Santa Maria, através de correio electrónico”.
ZAP // Lusa
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““intervenção especial”, sem ilegalidade” que país fantástico… depois não querem que se ache que há corrupção…
Mas que pouca vergonha, todos sabem do envolvimento directo do Presidente da República neste episódio, e vem dizer “Neste documento, aponta-se uma “intervenção especial”, sem ilegalidade, da Casa Civil do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa”.
Isto é mesmo a gozar com a cara dos portuguese, sáo uns bando de hipócritas e corruptos!
Assim se vê que Todos os Partidos estão ali para se servirem e aos amigos, do dinheiro do erário Público.
Apenas o Partido ((Chega)) mostrou que está contra o sistema de corrupção, instalado em Portugal.
Assim tem sido desde que derrubaram o Regime, dito Fascista, apenas para serem eles a dividirem e alternarem o poder para se servirem e servirem as clientela. Quem sofre sempre é o Povo que enganado vota neles.