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Depois das 22h, os shoppings só servem para passear. Deviam fechar mais cedo?

Debate antigo reaceso: AMRR está contra o encerramento aos domingos e feriados, mas apoia redução de horários. Compras realizadas após as 22h representam, em média, apenas 4% das vendas totais.

A Associação de Marcas de Retalho e Restauração (AMRR) posicionou-se contra o encerramento dos centros comerciais aos domingos e feriados, embora apoie a redução dos horários de funcionamento.

Com base num estudo da REDUNIQ Insight, a associação aponta que as compras realizadas após as 22h representam, em média, apenas 4% das vendas totais, o que aponta para um impacto financeiro limitado caso os horários sejam reduzidos.

O antigo debate foi reaberto com uma petição do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio (CESP) exigindo o encerramento do comércio aos domingos e feriados e a limitação do horário até às 22h.

De acordo com a AMRR, 93% dos seus associados mostraram-se abertos a rever os horários, tendo em conta os dados que indicam que as vendas após as 22h são pouco expressivas.

Nos centros comerciais que fecham à meia-noite, como o Colombo, Vasco da Gama e Almada Fórum, as vendas às 23h representam apenas 3% do total.

Novo modelo de horários

A AMRR defende um novo modelo de funcionamento em que os centros comerciais fecham às 22h de domingo a quinta-feira, estendendo-se o horário para as 23h à sexta e sábado, com a restauração a ter mais uma hora adicional em relação às lojas, de acordo com comunicado citado pelo Jornal de Negócios.

A Associação Portuguesa de Centros Comerciais (APCC) também expressou oposição ao encerramento aos domingos, argumentando que a medida resultaria em perda de empregos e impacto económico significativo.

Cristina Moreira Santos, presidente da APCC, sublinha que cerca de 18 mil postos de trabalho poderiam estar em risco.

Vai levar a despedimentos diretos”, afirmou: “Não consigo perceber como pode agradar aos trabalhadores”, diz.

“Muitos querem trabalhar ao domingo” porque “as remunerações extras têm um peso no orçamento familiar que não é despiciente”, especialmente para os “part-time”.

No primeiro semestre de 2023, as vendas nos centros comerciais cresceram 7%, com o setor da moda a liderar as vendas (36%), seguido dos supermercados (22%), eletrodomésticos e tecnologia (12%) e restauração (11%).

ZAP //

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