O ministro da Agricultura e Pescas desafiou a líder do PAN Inês de Sousa Real que é vegetariana a comer carne barrosã para demonstrar “tolerância e moderação”, mostrando-se disponível para provar uma francesinha vegan.
Há cerca de quinze dias, o ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes, envolveu-se numa polémica com nutricionistas depois de ter dito que as pessoas vivem mais “onde se bebe [vinho] tinto verde”.
Agora, o governante pode comprar uma guerra com os vegetarianos depois de um desafio lançado à porta-voz do PAN – Partido Animais e Natureza.
Inês de Sousa Real começou por desafiar o ministro da Agricultura a aderir à iniciativa “segundas-feiras sem carne” no Parlamento, que foi proposta pelo PAN.
“Se todos passássemos a uma dieta vegan, não acha que isso tinha implicações económicas, mas também ambientais?”, questionou José Manuel Fernandes numa audição parlamentar conjunta com as comissões de Orçamento, Finanças e Administração Pública e Agricultura.
Mas o ministro tratou de realçar que é “um moderado e defensor da biodiversidade” e aceitou o desafio de provar uma francesinha vegan com Inês Sousa Real, se esta o acompanhar numa refeição de “francesinha de carne barrosã”.
A aceitação do desafio por parte da líder e deputada do PAN seria “uma forma de defender a biodiversidade e de mostrarmos também tolerância“, reforçou José Manuel Fernandes.
Inês de Sousa Real que é vegan recusa convite
Inês Sousa Real fez questão de manifestar que não aceitaria o desafio ainda durante a intervenção do ministro na comissão parlamentar, acenando com a cabeça em sinal negativo.
“Se as raças podem estar em risco de extinção, comê-las não será certamente a melhor estratégia de preservação”, acrescentou a líder do PAN na rede social X, reforçando que terá de “declinar o convite deixado pelo senhor ministro”.
O Ministro da Agricultura @JMFernandesEU , aceitou o desafio e provar uma francesinha vegetariana!
Já eu terei de declinar o convite deixado pelo Sr. Ministro… Se as raças podem estar em risco de extinção, comê-las não será certamente a melhor estratégia de preservação! 🤷♀️ pic.twitter.com/pPh5HLSxgI— Inês Sousa Real (@InesSousaReal) November 5, 2024
Inês de Sousa Real já tinha criticado o ministro da Agricultura por ter saído “em defesa do lobby da pecuária, sector responsável pela emissão de 6,2 mil milhões de toneladas de CO₂ por ano”, como sublinhou na rede social X.
O Ministro da Agricultura saiu em defesa do lobby da pecuária, sector responsável pela emissão de 6,2 mil milhões de toneladas de CO₂ p/ano!
As “2.ªs feiras Sem Carne” são um desafio que ajudam a reduzir estas emissões, de forma positiva para a saúde, o ambiente e os animais. pic.twitter.com/ETYObAjJt5— Inês Sousa Real (@InesSousaReal) November 3, 2024
Um dia sem carne no Parlamento
No passado dia 1 de novembro, o dia mundial do veganismo, o PAN apresentou na Assembleia da República uma iniciativa para implementar as “segundas-feiras sem carne”, argumentando com o respectivo impacto no aquecimento global e na saúde.
O partido citou dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) que indicam que as emissões de gases com efeitos de estufa associadas à produção pecuária representam cerca de 12% do total das emissões de origem humana.
“Em plena crise climática, sugerir um dia sem carne no Parlamento não é uma imposição, mas sim uma acção de responsabilidade e de visão de futuro”, escreveu Inês de Sousa Real no X.
“Se queremos reduzir as emissões e preservar o planeta, é hora de avançar com medidas concretas — a começar pela casa da democracia”, reforçou a deputada, notando que “a sustentabilidade também se constrói com as opções que escolhemos colocar no prato”.
ZAP // Lusa
E é para “imbecilidades” proferidas por estes(as) ditos Deputados(as) , que os nossos Impostos servem !
Se a senhora deputada propusesse a abolição do restaurante no parlamento e todos os deputados, fizessem como todos os trabalhadores, comessem cá fora do seu bolso, isso é que era de louvar.
A intolerante Inês Sousa Real, quer que todos sejam tolerantes com ela.
As coisas não podem funcionar assim.
Não é preciso ser vegan ou vegetariano para perceber que comer carne é semelhante a andar num carro de combustão de fosseis.
É tudo uma questão de hábitos e oferta do mercado. Quando houver oferta suficiente com preços que reflectem os custos de produção e acessibilidade, então os hábitos se adaptem.
Transição sem fanatismos