Gouveia e Melo quer dois submarinos para desistir de Belém? “É não, é não, é não”

O Almirante Gouveia e Melo nega a notícia de que esteja disposto a fazer a vontade de Marcelo Rebelo de Sousa e a desistir da corrida às próximas eleições presidenciais se o Governo comprar mais dois submarinos para a Marinha.

A notícia é avançada pelo Expresso depois de se ter reportado que Marcelo Rebelo de Sousa tem um plano para levar o Almirante a não entrar na corrida à sua sucessão em Belém.

O Presidente da República estará a planear reconduzir Gouveia e Melo no cargo de chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA) por mais dois anos, com o intuito de o levar a desistir de uma candidatura presidencial.

Mas o Expresso adianta que o Almirante só está disposto a ficar na Marinha se o Governo aumentar “de forma significativa” o investimento na força naval portuguesa.

Esta exigência passaria pela compra de mais dois submarinos e de novos navios, além dos já 17 programados, adianta o jornal.

“É não, é não, é não”, diz Gouveia e Melo

O Almirante já veio negar a notícia, salientando que é “fortemente especulativa”, conforme declarações à CNN Portugal.

“Eu não exigi, nem exijo nada. Ponto final. Parágrafo”, sublinha Gouveia e Melo, negando que a sua permanência na Marinha dependa de um reforço de meios. “É não, é não, é não”, destaca.

“Os militares não fazem chantagem com o poder político“, acrescenta, considerando que “é o contrário, o poder político é que manda nos militares”.

O Almirante admite que considera que a Marinha precisa de mais meios. Mas “o que eu acho que é necessário não é necessariamente o que vai acontecer”, conclui.

O mandato de Gouveia e Melho como CEMA termina a 27 de Dezembro deste ano. Se deixar o cargo e passar à vida civil, o Almirante terá um um ano para ponderar uma candidatura à presidência.

Nas últimas sondagens realizadas, o militar tem surgido sempre como favorito.

Não agrada a Marcelo a possibilidade de ter, de novo, um militar em Belém. Além disso, o Presidente da República não simpatiza com o Almirante “que considera populista e autoritário“, segundo o Expresso.