Maiores câmaras do país estão cada vez mais endividadas

Jerome Dahdah / Flickr

Edifício da Câmara Municipal de Lisboa

As principais câmaras municipais do país devem cada vez mais dinheiro. São 25 os municípios com mais de 1,16 mil milhões de euros de dívida – que aumentou 146,4 milhões no ano passado, em relação a 2023.

A dívida total das principais câmaras do país supera os 1,16 mil milhões de euros.

Numa análise aos relatórios de prestação de contas de 2024 de 25 municípios (que inclui os 10 com maior número de habitantes e as capitais de distrito, à exceção de Setúbal e de Viseu), citado pelo Jornal de Notícias, verifica-se que 15 aumentaram a dívida total em relação a 2023.

No top da dívida total está Lisboa, que passou de 269,38 milhões em 2023 para 321,86 milhões em 2024. Seguem-se Braga (com 114,58 milhões), Gaia (85,8 milhões), Cascais (75,8 milhões) e Oeiras (70 milhões).

Aveiro (58,5 milhões), Guimarães (52 milhões), Loures (48,87 milhões), Matosinhos (42 milhões) e Valongo (38,6 milhões) fecham o top-10 das autarquias com maior endividamento no ano passado.

PRR e atraso nos acertos

Como nota o Jornal de Notícias, os investimentos feitos no âmbito do PRR – Plano de Recuperação e Resiliência e a demora do Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) em ressarcir os municípios pela despesa feita também estão a penalizar as contas de algumas autarquias.

“Como só podemos aprovar propostas de despesa se tivermos rubrica orçamental que a suporte, fizemos esse empréstimo-ponte para lançar as obras do PRR. Se não avançássemos com os concursos, não teríamos as intervenções prontas a tempo”, apontou, ao matutino, Carlos Carreiras, autarca de Cascais, sublinhando o atraso do IHRU nos reembolsos ao município.

No lado oposto, entre os municípios mais poupados, 10 reduziram os passivos.

Almada, com uma taxa de execução da despesa de 79%, baixou a dívida total em 7,69 milhões de euros para 15,3 milhões. Também a Maia cortou 7,14 milhões ao endividamento total. Viana do Castelo, com um investimento de 17,7 milhões e uma taxa de execução de despesa de 70,1%, destaca-se por subtrair quatro milhões à dívida, que agora é de 35,3 milhões.

Outras câmaras com “tesoura afiada” – como aponta o JN – foram Leiria, Portalegre, Castelo Branco, Guarda, Bragança e Porto. Também Aveiro, apesar do endividamento supracitado, subtraiu 3,69 milhões.

ZAP //

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