Snack está a deixar de fazer parte da cultura futebolística pelos piores motivos. Os clubes estão fartos.
O Elche CF já proibiu o snack no estádio, depois de o Valência CF deixar de o vender nos jogos. É um choque com a cultura espanhola de longa data de partir sementes de girassol com os dentes e cuspir as cascas.
O problema é que as “pipas”, como lhes chamam os adeptos, estão a estragar as bancadas — e isso sai caro.
O Elche, da segunda divisão, queixou-se no final de abril que as cascas entopem os esgotos, estragam os assentos e corroem as estruturas de betão. E pior: atraem pragas, tanto ratos como os “ratos com asas”, os pombos.
“O consumo massivo de pipas nos jogos gerou, nos últimos anos, um problema estrutural: as cascas obstruem os esgotos e as tubagens; deterioram os assentos e afetam a pintura e os acabamentos de várias superfícies; aumentam significativamente os custos de limpeza e manutenção; atraem pragas de ratos e pombos; e, acima de tudo, colocam em risco a salubridade das bancadas”, enumera o clube em comunicado.
Já em 2023, o Valencia CF suspendeu a venda de sementes de girassol no seu histórico Mestalla depois de o estádio ter sofrido com uma infestação de ratos relacionada com os resíduos das cascas. É uma bola de neve. Depois, as máquinas usadas para limpar a sujidade após cada jogo incomodam os moradores, que se queixam. Agora, quem quer trincar “pipas” no Mestalla tem de trazê-las de casa, com um saco do lixo a acompanhar.
Para alguns adeptos, não se justifica. O snack é tão popular como a paella e faz parte da cultura futebolística. Ao The Times, por outro lado, um adepto do Elche pede mais, nomeadamente a proibição do fumo.