O plano de Marcelo para impedir uma candidatura presidencial de Gouveia e Melo

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Miguel Figueiredo Lopes / Presidência da República

Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, condecora o almirante Gouveia e Melo

O Presidente da República considera que Gouveia e Melo é um “populista autoritário” e quer reconduzi-lo como CEMA para evitar uma possível candidatura presidencial.

Marcelo Rebelo de Sousa está determinado a fazer tudo ao seu alcance para evitar que o almirante Gouveia e Melo lhe suceda no Palácio de Belém. De acordo com o Expresso, o Presidente da República tem duas razões principais para querer evitar uma Presidência de Gouveia e Melo — o impacto que terá no seu legado e a sua preferência por outro candidato.

Esta não é a primeira vez que surgem rumores de que o chefe de Estado não quer que o chefe da Armada se candidate à Presidência. Em 2022, especulou-se que este até terá sido um dos motivos para a sua nomeação para o cargo de Chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA).

A ideia seria promover Gouveia e Melo enquanto este ainda cumpria os requisitos de idade para ocupar o cargo e assim tentar dissuadi-lo de uma aventura pela política. Recorde-se que a nomeação de Gouveia e Melo foi envolvida em polémica devido à exoneração do anterior CEMA, Mendes Calado, antes do fim do seu mandato e à desautorização pública de Marcelo ao Governo, com a reversão da decisão.

Desde então, a preocupação de Marcelo manteve-se. O Expresso avança que o chefe de Estado acredita que a popularidade do almirante — que se tornou uma cara conhecida depois de chefiar o grupo que geriu o plano de vacinação contra a covid — se deve a um “populismo autoritário” contra o qual Marcelo tem alertado.

O Presidente também terá receios sobre o impacto que a escolha de um militar para lhe suceder poderá ter no seu legado, já que os militares tipicamente só entram na política em tempos de instabilidade e descontentamento com os políticos tradicionais.

Outra razão por trás do desagrado de Marcelo com a possível eleição de Gouveia e Melo prende-se com o simples facto de não ser o seu candidato ideal. Depois de em 2022 se falar sobre uma preferência por Pedro Passos Coelho, o Expresso dá conta de que o candidato favorito de Marcelo é agora Luís Marques Mendes.

Uma candidatura hipotética de Gouveia e Melo pode dividir o eleitorado de direita —especialmente se se confirmarem os rumores de que o Chega o apoiaria — sendo assim uma pedra no sapato para as aspirações presidenciais do ex-líder do PSD.

Esta preocupação de Marcelo não é paranoia — uma recente sondagem da CNN Portugal concluiu que Gouveia e Melo é o nome favorito dos portugueses para as presidenciais, conquistando 21% das intenções de voto e ficando à frente de nomes como Pedro Passos Coelho, Marques Mendes, André Ventura, Mário Centeno, Ana Gomes e Augusto Santos Silva.

Novo mandato de Gouveia e Melo como CEMA?

O plano de Marcelo passará então por reconduzir Gouveia e Melo como CEMA no final de dezembro, para um novo mandato de dois anos que terminará só em finais de 2026. Caso isto se confirme, impossibilitaria uma candidatura presidencial do almirante, dado que as próximas presidenciais são em janeiro de 2026.

Para executar este plano, o Presidente da República precisa de contar com o apoio de Luís Montenegro, já que a Lei Orgânica de Bases da Organização das Forças Armadas determina que a nomeação só pode ocorrer depois de ser proposta pelo Governo.

No entanto, mesmo que o primeiro-ministro e o chefe de Estado concordem na nova aposta em Gouveia e Melo, o almirante pode sempre recusar cumprir um novo mandato e concorrer a Belém.

Entretanto, em reação à notícia do Expresso, Marcelo negou ter qualquer intenção de travar uma candidatura de Gouveia e Melo. “O Presidente não tem que ver coisa nenhuma. A única intervenção do Presidente nesse capítulo é apenas a marcação de eleições. E fica por aí. O Presidente não apoia, não desapoia, não acelera nem trava candidaturas”, afirmou esta sexta-feira o Presidente.

Gouveia e Melo foge às perguntas

Se inicialmente disse que “daria um péssimo político” e descartou assertivamente uma corrida presidencial, a verdade é que Gouveia e Melo tem mudado de tom nos últimos tempos e já é considerado um protocandidato.

Na grande entrevista que deu no início do mês à RTP, o almirante foi previsivelmente confrontado com a questão, à qual respondeu sem responder. “Não vou responder a essa pergunta porque não posso dizer sim. Isso é contra o meu estatuto militar. Fazerem-me essa pergunta, só tem uma resposta: ou é não para me condicionar, e de alguma forma perco a liberdade de dizer qualquer coisa no futuro, ou dizer ‘nim’, que é não e sim”, explicou.

Recorde-se que os militares no ativo não podem envolver-se na política, o que pode explicar a resposta evasiva. “Não incluo nem excluo a possibilidade da candidatura. Primeiro, tenho que sentir que a candidatura tinha que ser útil para o país e isso é o ‘se’ muito grande. E depois se avançaria ou não é outro ‘se’”, reforçou.

O almirante aproveitou ainda para responder aos críticos do envolvimento dos militares na política. “Um militar quando deixa de ser militar é um cidadão como outro qualquer. A população é que tem que escolher, pelo voto, se esse cidadão merece ou não a confiança. Não é uma click política ou um grupo de comentadores que vai condicionar um cidadão a apresentar-se ou não a eleições”, frisou.

Adriana Peixoto, ZAP //

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16 Comments

  1. Tudo combinado entre os dois, a diferença entre o Sr.º Chefe do Estado-Maior da Armada, Henrique Melo, e o Sr.º Presidente da República, Marcelo Sousa, é nenhuma.

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  2. Tremem todos com a candidatura do Almirante, porque será?
    Está claro que se concorrer vai ganhar sem espinhas e isso assusta a atual dinastia política dos partidos, esses sim populistas e basta olhar para o que temos atualmente.

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  3. Nunca votaria para quem participou no Teatro Covid.. (e com todo o afinco)
    Demonstra falta de inteligência (de ver o que era obvio) e ausência de espinha dorsal (de não se impor face ás ordens globalistas)

    Só tenho pena dos “super inteligentes” covidistas agora estarem agora todos caladinhos.. pela figura fascista e triste que fizeram

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  4. Como é óbvio, um cobarde que fugiu ao cumprimento do Serviço Militar Obrigatório nunca poderá aceitar a candidatura de um militar à Presidência da República.

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  5. Quando Ramalho Eanes foi Presidente da República, a maioria dos Portugueses considera que foi o melhor Presidente que Portugal teve até à data. Portanto, a classe política não quer um militar na Presidência, porque os faz andar na ordem, coisa que eles não gostam.

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    • Vê-se perfeitamente que os políticos (que fugiram do SMO( não gostam dos militares, e, é tanto assim pelo desprezo com que tratam os antigos combatentes que mais não fizeram do que cumprir as suas obrigações para com a Pátria.

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    • Vê-se perfeitamente que os políticos (que fugiram do SMO( não gostam dos militares, e, é tanto assim pelo desprezo com que tratam os antigos combatentes que mais não fizeram do que cumprir as suas obrigações para com a Pátria.

  6. Voto Almirante, vai fazer bem ao Pais e por os Politicos na ordem. Cambada de incompetentes, se isto for verdade Marcelo não vale nada.

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  7. o senhor marcelo rebelo de sousa que diga_se.de passagem não votei nele nunca pois que antes o senhor em causa, antes de entrar na correria presidencial foi visitar o seu amigo de esquerda , o ditador comunista e assassino fidelde csstro, de cuba. eu queria perguntar ao senhor marcelo onde estava , quando da eleição do melhor presidente general ramalho eanes?

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  8. Os militares não estão isentos de defeitos, mas têm uma grande qualidade: são imunes à partidarite. Só um militar pode realmente ser um “Presidente de todos os portugueses”… Por isso Marcelo não o quer, pois poderia estragar as ambições dos partidos.

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  9. O perdisente M.Rebelo de Sousa não pode voltar para lugar nenhum de destaque em Portugal : não tem capacidade para isso e a seguir não merece ser mais nada em Portugal depois de se ter feito traidor do povo português.
    Não tem o direito de impedir seja quem for de se candidatar seja ao que for, porque Portugal ” diz-se ” que é livre.
    Não votarei no Almirante, claro!

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