As buscas do Airbus A320 da companhia aérea alemã Germanwings que se despenhou nos Alpes franceses foram interrompidas hoje à noite, estando ainda por apurar as causas do acidente que fez 150 mortos, maioritariamente alemães e franceses.
Cerca de 30 elementos de uma equipa de resgate de alta montanha vão retomar as buscas ao início da manhã desta quarta-feira, numa zona escarpada e de difícil acesso dos Alpes de Haute-Provence, a 1.500 metros de altitude, onde na manhã desta terça-feira caiu o avião da Germanwings, filial de baixo custo da Lufthansa, que tinha partido de Barcelona (Espanha) em direção a Düsseldorf (Alemanha).
Sem receber sinal de radar do avião nem contactos com a tripulação, a direção da aviação civil francesa considerou às 09:30 que o voo estava “em dificuldades”.
A queda do aparelho durou oito minutos. Segundo a Germanwings, o piloto tinha “mais de dez anos de experiência ” e “mais de 6.000 horas de voo, enquanto o avião tinha 25 anos e tinha sido submetido a uma revisão rigorosa no verão de 2013.
Uma das duas caixas negras já foi encontrada e transferida para o gabinete que vai investigar as causas do acidente, que continua por explicar, sabendo-se apenas que o avião sofreu uma rápida perda de altitude e que não foi feito nenhum contacto via rádio.
Trabalhadores da Germanwings e da Lufthansa recusam-se a voar
Segundo as publicações alemãs Die Zeit e Der Spiegel, por toda a Europa foram esta terça-feira cancelados voos da Germanwings e da empresa-mãe Lufthansa. Um porta-voz da empresa adiantou que “algumas equipas de bordo não querem voar por razões pessoais”.
Segundo o Der Spiegel, citado pelo semanário Sol, o avião sinistrado terá sido sujeito na passada segunda-feira a uma reparação importante a um problema no trem de aterragem dianteiro.
A publicação alemã refere o termo ‘AOG’, ou airplane on ground, sinal de que teria uma avaria significativa que o impediria de voar.
A avaria foi confirmada pela Germanwings, mas o porta-voz da companhia afirmou ao Die Zeit que “não estava em causa uma questão relevante no que se refere à segurança, mas sim uma questão de ruído”.
Segundo o referido porta-voz, o “problema foi resolvido na habitual manutenção de rotina”.
Não há portugueses entre as vítimas
Segundo a Germanwings, encontravam-se a bordo 67 alemães, entre os quais dois bebés e 16 adolescentes que regressavam de um intercâmbio escolar com estudantes espanhóis, além de dois cantores de ópera.
A lista de passageiros inclui também 45 pessoas com apelidos espanhóis, estando ainda por confirmar as nacionalidades.
O governo de Sydney anunciou a morte de dois australianos, enquanto o ministro colombiano dos Negócios Estrangeiros lamentou a morte de dois colombianos, existindo igualmente uma vítima belga, pelo menos.
Londres também já admitiu a possibilidade de haver vítimas britânicas.
Pensa-se que existam também cidadãos turcos e dinamarqueses entre os mortos.
ZAP / Lusa