Melvin Vopson, professor de Física na Universidade de Portsmouth, em Inglaterra, afirma que a Bíblia pode esconder provas de que vivemos numa simulação.
A ideia de que podemos estar a viver numa simulação não é nova. Recentemente, um estudo indica que uma nova lei da Física aponta nesse sentido; e o filósofo Nick Bostrom estima que haja 50% de probabilidade de que seja esse o caso.
Agora, o professor de Física Melvin Vopson vem reforçar essa teoria. De acordo com o cientista, o nosso universo pode ser uma simulação computorizada avançada e o Evangelho de João contém pistas que apoiam esta ideia.
Numa entrevista ao Daily Mail, Vopson explicou que o versículo inicial da Bíblia no Evangelho de João, “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus”, pode ter mais do que apenas um significado teológico.
O britânico propõe que “o Verbo” possa ser interpretado como o código que governa a nossa realidade simulada. Tal como as simulações de computador se baseiam em linguagens de programação, Vopson sugere que este texto antigo pode sugerir o código subjacente do universo.
A ideia de que o universo pode ser uma simulação não é nova, mas Vopson leva-a um pouco mais longe, associando-a a crenças religiosas.
O físico argumenta que, se o universo é de facto uma simulação, então Deus – ou a entidade divina referida na Bíblia – poderia ser uma parte da programação da simulação e não um criador separado.
Neste contexto, frases como “o Verbo era Deus” e “todas as coisas foram feitas por Ele” poderiam ser vistas como descrições de um código cósmico que trouxe o universo à existência.
A hipótese de Vopson pode soar como algo saído da ficção científica, mas baseia-se em conceitos do mundo real, tanto da Física como da religião.
O perito explica que, tal como os computadores funcionam dentro de certos limites, o nosso universo tem restrições, como a velocidade da luz, que podem ser vistas como os limites do poder de processamento de um computador.
Vopson também aponta para as leis estruturadas da Física, que governam a forma como a matéria e a energia interagem, como evidência de um sistema subjacente – semelhante a um código de computador – que orienta o universo.
A simetria na natureza é outro aspeto que Vopson acredita apoiar a teoria da simulação. Vopson sugere que a abundância de simetria no mundo poderia ser uma forma de um mundo simulado conservar energia, tal como os sistemas digitais usam atalhos para otimizar o processamento.
Embora Vopson reconheça que a sua teoria possa parecer controversa, acredita que oferece uma perspetiva única tanto da ciência como da religião. Em vez de contradizer a teologia cristã, Vopson argumenta que a ideia de um universo simulado se alinha com o conceito de um design divino.