Há uma probabilidade de 50% de estarmos a viver numa simulação

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ZAP // Rawpixel; Pixabay

A possibilidade de vivermos numa simulação, semelhante ao jogo “The Sims”, está a ser novamente debatida entre os cientistas.

Os cientistas estão a debater de novo a controversa hipótese de que todos nós poderíamos estar a viver numa simulação de computador, com cálculos recentes a sugerir que as probabilidades de tal cenário são quase de 50/50.

O conceito, mais notavelmente apresentado num artigo de 2003 pelo filósofo Nick Bostrom, sugere que uma das três proposições é provavelmente verdadeira: a espécie humana poderá extinguir-se antes de atingir uma fase “pós-humana”; é improvável que qualquer civilização pós-humana execute simulações da sua história evolutiva; ou estamos na verdade a viver numa realidade simulada.

David Kipping, astrónomo da Universidade de Columbia, reavaliou recentemente a teoria de Bostrom usando uma análise Bayesiana e teve em conta o “princípio da indiferença”, um conceito da teoria da probabilidade que atribui igual peso a vários resultados quando nenhuma outra informação está disponível.

Kipping argumenta que a maioria das simulações não seria capaz de executar as suas próprias simulações, inclinando assim as probabilidades ligeiramente a favor da “Equipa Realidade”.

No entanto, existem duas ressalvas cruciais. Bostrom critica o método usado por Kipping, argumentando que atribuir o princípio da indiferença pode influenciar artificialmente o resultado. Além disso, todo o debate poderá tornar-se irrelevante se a Humanidade tiver sucesso a criar as suas próprias realidades simuladas, com seres conscientes, refere o Popular Mechanics.

A ideia de vivermos em realidades simuladas não pertence apenas ao domínio da filosofia e da ficção especulativa. Os físicos sugerem que o nosso entendimento de tais simulações poderia ser revolucionado pela computação quântica.

Zohreh Davoudi, física da Universidade de Maryland, postula que nos próximos 10 a 20 anos, poderemos atingir os limites das simulações clássicas e avançar para simulações quânticas, tornando mais fácil potencialmente detetar uma realidade simulada.

O conceito de uma realidade simulada não foi apenas popularizado por filmes como “The Matrix“, mas também tem sido objeto de escrutínio filosófico durante milénios. As implicações de tal realidade são de grande alcance, afetando o nosso entendimento da existência, da ética e, potencialmente, até da divindade.

À medida que a investigação avança, a Humanidade poderá em breve ter de lidar com a questão existencial: estamos, ou não estamos, sozinhos no nosso próprio universo— ou seremos apenas código no computador de outra pessoa?

ZAP //

3 Comments

  1. Aelo aos redactores que tenham atenção ao português. Ao ler o artigo na diagonal, deparei-me com o seguinte segmento: “qualquer civilização pós-humana é improvável que execute simulações da sua história evolutiva”. Parece-me que esta incorrecção resulta de uma transferência negativa do inglês para o português; seja como for, é um erro gritante. A forma correcta seria, evidentemente: “é improvável que qualquer civilização pós-humana execute simulações da sua história evolutiva”.

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