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253 mil euros em viagens: estalou o verniz na Câmara de Matosinhos

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PS

Luísa Salgueiro, presidente da Câmara de Matosinhos e presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP).

PSD/Matosinhos acusou Luísa Salgueiro de “passar metade do ano fora” e gastar 253 mil euros em viagens. Socialista negou e partilhou as suas contas esta quarta-feira. Oposição exige entrega de relatório com todas as despesas.

A presidente da Câmara de Matosinhos negou, esta quarta-feira, gastos em viagens no valor de 253 mil euros entre maio de 2023 e maio deste ano. Já o vereador do PSD, Bruno Pereira, insistiu que os números são reais.

A troca de acusações entre a líder do município, a socialista Luísa Salgueiro, e o vereador e presidente do PSD/Matosinhos marcou a reunião pública do executivo municipal, depois de na semana passada o social-democrata ter criticado as despesas do executivo municipal em viagens e alojamento entre maio de 2023 e 2024.

A socialista “passou metade do ano fora”, acusou na passada terça-feira o PSD/Matosinhos, que colocou vários cartazes espalhados por vários pontos do concelho de Matosinhos a visar a autarca eleita pelo PS, “por estar constantemente ausente”.

Câmara Municipal em um ano 253 mil euros em hotéis e viagens”, é a mensagem que se lê nos cartazes, que a autarca considerou “difamatória e falsa”.

Hotéis e viagens para a Costa Rica, Coreia do Sul e Estados Unidos (EUA), estão entre os “inúmeros destinos” de Salgueiro, acusam os sociais-democratas.

As contas de Luísa Salgueiro

Numa intervenção inicial, Luísa Salgueiro, que também assume a liderança da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), enumerou as cerca de 40 organizações a que Matosinhos, no distrito do Porto, pertence.

O facto de Matosinhos pertencer a diferentes associações internacionais e nacionais faz com que membros do executivo, dirigentes e funcionários participem regularmente em encontros e iniciativas organizadas por essas, explicou.

Relativamente a 2023, Luísa Salgueiro revelou que em viagens e deslocações o conjunto do executivo gastou 43.743 euros, tendo a própria feito três viagens, duas delas em representação da câmara a Roma (Itália) e Dubai (Emirados Árabes Unidos) e uma em representação da ANMP à Coreia do Sul. No total, a socialista disse ter estado ausente 12 dias.

“Essas viagens custaram 5.589 euros e representam 0,003% do orçamento total da Câmara Municipal de Matosinhos”, explicou, já na semana passada.

A par destas, Luísa Salgueiro salientou que a câmara gastou 78.749 euros em despesas com funcionários que participaram em eventos internacionais, nomeadamente em eventos de turismo, e 12.204 euros em despesas com pessoas externas ao município, mas que realizaram e participaram em eventos organizados por este.

Portanto, no somatório destas verbas, a câmara gastou no ano passado em viagens e alojamentos 134 mil euros, “longe dos 253 mil euros” apontados pelo PSD, frisou.

As contas do PSD/Matosinhos

Na resposta, o vereador do PSD, Bruno Pereira, insistiu que os 253 mil euros são reais e abrangem o período de maio de 2023 a maio deste ano.

Estas despesas, que englobam a câmara e as empresas municipais, são públicas e sustentadas em documentos, reforçou o presidente do PSD que, no final da reunião, distribuiu aos jornalistas os gastos por dia, valores e locais.

“Fizemos o somatório destas viagens desde maio de 2023 a maio de 2024 com base no que está publicitado”, reforçou.

“De um presidente de câmara espera-se a prática de políticas de proximidade junto dos seus eleitores, mas Luísa Salgueiro é a antítese de tal, visto que passa semanas fora do concelho”, apontou a semana passada o presidente da concelhia do PSD/Matosinhos.

O vereador independente António Parada também entrou na discussão e exigiu a Luísa Salgueiro a entrega a toda a oposição de um relatório com todas as despesas de representação realizadas por esta nas diversas viagens realizadas ao estrangeiro em 2023, nomeadamente data das viagens, duração, destinos, datas específicas das suas intervenções e hotéis, acompanhado de todas as facturas/recibos.

Parada pediu ainda que conste do relatório uma estimativa do retorno económico e financeiro das viagens para o município.

ZAP // Lusa

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