Nem Assis, nem Aguiar-Branco. Três eleições não elegeram presidente da AR (quarta-feira há mais)

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Tiago Petinga / LUSA

Francisco Assis vota na segunda ronda da eleição para o presidente da Assembleia da República

Segunda e terceira eleições terminam com um quase empate entre candidatos de PS e PSD. Processo reaberto no dia seguinte.

Continua a não haver presidente da Assembleia da República, num primeiro dia da legislatura que foi muito mais longo do que se pensava.

Aguiar-Branco, chumbado na primeira eleição, voltou a ser candidato na segunda eleição – mas numa corrida a três: Francisco Assis era candidato do PS, Manuela Tender era candidata do Chega.

A segunda votação, que começou às 21h, terminou com vitória do socialista: 90 votos para Assis (quase o pleno dos partidos à esquerda), 88 votos para Aguiar-Branco (AD+IL) e 49 votos para Tender – alguém do Chega não terá votado na candidata do seu partido.

Mas foram registados apenas 229 votos, não o total de 230 deputados.

Seguiu-se uma segunda volta (terceira eleição do dia), logo a seguir, entre Assis e Aguiar-Branco, os dois candidatos mais votados.

O resultado foi o mesmo para ambos: 90 votos para Fernando Assis, 88 votos para Aguiar-Branco. Os outros 52 votos foram em branco. Seriam precisos 116 votos a favor para eleger alguém.

Três eleições no mesmo dia, zero presidentes. Já passava das 23h.

E António Filipe (PCP) continua lá em cima, a liderar as sessões no Parlamento. Foi o comunista que anunciou que o processo é retomado amanhã, quarta-feira. As candidaturas serão apresentadas até às 11h da manhã.

O primeiro chumbo

Na primeira eleição, durante a tarde, José Pedro Aguiar-Branco parecia ter a eleição garantida, sobretudo depois de André Ventura ter anunciado que o Chega iria viabilizar a sua eleição.

Mas, afinal: 89 votos a favor, 134 votos em branco e 7 nulos. Surpresa na sala, bem visível entre os deputados do PSD.

Eurico Brilhante Dias, líder parlamentar do PS, reagiu em pleno Parlamento: “O que acontece é que o acordo à direita não funcionou. Foi rasgado em menos de 24 horas”.

André Ventura já tinha dito nos corredores que “o PSD passou a manhã inteira a dizer que não havia acordo” – e sugeriu que deputados do próprio PSD podem ter votado em branco, afastando responsabilidades do Chega neste volte-face.

(artigo actualizado após a terceira votação)

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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