A oposição ucraniana mantém hoje (26), pelo terceiro dia consecutivo, uma concentração por tempo indeterminado na Praça Europa, na capital do país, Kiev, em protesto contra a decisão do governo de renunciar à assinatura do Acordo de Associação à União Europeia (UE).
Na semana passada, o governo ucraniano decidiu inesperadamente renunciar à assinatura da adesão da Ucrânia ao grupo, o que vem sendo criticado pela oposição como resultado da pressão da Rússia, que chegou a advertir o país sobre as consequências comerciais de um acordo com a UE.
Na noite de ontem (25), forças antimotim usaram gás lacrimogéneo contra um grupo de manifestantes que atacou um veículo de segurança no local. A ação foi reivindicada pelo líder do Partido Nacionalista Sovoboda (Liberdade), Oleg Tiagnibok. Segundo ele, o veículo atacado, estacionado na praça, estava a fazer escutas ilegais.
“Conseguimos retirar do veículo várias malas e alguns computadores. Quando abrimos, descobrimos equipamento de escuta, antenas para interceptar sinais de rádio e vários conjuntos de matrículas de carro”, disse Tiagnibok, ao informar que o equipamento será apresentado à imprensa hoje.
Depois do incidente, as forças especiais da polícia retiraram o veículo do local, onde centenas de defensores da integração da Ucrânia à União Europeia passaram a noite. Yulia Timoshenko, ex-chefe do governo e líder da oposição, que está internada em um hospital devido a uma greve de fome por tempo indeterminado, se solidarizou com o movimento.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Leonid Kozhar, informou ontem que o presidente Víctor Yanukóvich não irá assinar o acordo com o bloco na cúpula europeia, em Vilnius, na Lituânia. De acordo com Kozhar, o acordo não será anulado, mas adiado.
Ontem, a União Europeia, por meio de comunicado do presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, e do presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, informou que se mantém disposta a fechar o acordo com a Ucrânia. De acordo com o bloco, a oferta de associação à UE persiste, mas é necessária a vontade política dos líderes ucranianos.
Na nota, Durão Barroso e Van Rompuy condenaram a atuação da Rússia em relação a uma possível adesão da Ucrânia à União económica e monetária e defenderam as recentes manifestações da população em prol da adesão ucraniana. Segundo eles, os cidadãos “compreendem e defendem o caráter histórico da associação europeia”.
ZAP / MA / Lusa
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