Nem taxa variável, nem taxa fixa: a taxa mista é a nova tendência nos contratos de empréstimo com a banca.
O “desconto temporário” cedido pelo Governo, no crédito à habitação, começou a ser aplicado nesta quinta-feira.
A moratória desce até 30% a taxa Euribor nos empréstimos dos bancos para pagamento da casa.
Esse desconto nos contratos de créditos à habitação será aplicado durante dois anos.
É aplicada uma taxa fixa temporária que procura trazer estabilidade às famílias durante esses dois primeiros anos.
Mas esse apoio será devolvido mais à frente, de forma escalonada, ao longo do empréstimo do banco.
Dois anos depois do início da moratória, a taxa de juro volta ao normal – mas os juros fixados não são logo amortizados.
O reembolso começa a ser feito quatro anos depois do início do apoio, diluído no restante prazo do empréstimo.
Taxa mista
Os dados publicados pelo Banco de Portugal mostram que os clientes estão virados para outro caminho: a taxa mista.
Em Setembro, mais de metade (55%) dos novos empréstimos junto dos bancos foi assinada com taxa mista, que ganha adeptos em relação à habitual taxa variável ou à taxa fixa.
Na taxa mista, a taxa é fixa durante um período inicial; no resto do empréstimo, muda-se para taxa variável.
No fundo, é o esquema da moratória do Governo: primeiro sabe-se qual é a taxa, depois vai variando conforme as Euribor.
A diferença está nos números, destaca o ECO: na Caixa Geral de Depósitos a taxa é 3,75% (e spread 0%) durante os dois primeiros anos; ou o Santander Totta, que tem taxa fixa de 3,65% para os primeiros quatro anos do contrato.
Olhando para os números actuais, e para o desconto temporário do Governo, a tal moratória apresenta uma taxa fixa de 3,98% (70% de 4,115% mais o spread de 1%). Ou seja, mais alta do que as dos dois bancos mencionados.
Em termos práticos, num empréstimo de 200 mil euros a 30 anos, paga-se por mês 926 euros na Caixa Geral de Depósitos e 953 euros através da medida do Governo. Durante os dois primeiros anos, recorde-se.
Todos têm muitos lucros só o povo é que não
É isso mesmo Albertina. Só tenho pena que os nossos governantes não vejam isso, ou não queiram ver. Talvez não sejam governantes!