A Ucrânia lançou esta semana a anunciada contraofensiva, operação com a qual pretende recapturar territórios a leste e sul do país que foram ocupados pela Rússia nos últimos 18 meses. Este esforço é comandado por uma figura-chave: o general Valerii Zaluzhnyi, comandante-em-chefe do exército ucraniano.
Com 49 anos, Valerii Zaluzhnyi era pouco conhecido antes da guerra, mas a sua popularidade está a crescer rapidamente, rivalizando com a do presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy.
O general assumiu o cargo em julho de 2021, uma nomeação que, diz a BBC, muitos analistas consideram surpreendente, uma vez que o levou a saltar vários degraus na hierarquia militar ucraniana.
Zaluzhnyi é descrito como um comandante moderno e ambicioso, mas também humilde e próximo dos seus subordinados. Em apenas sete meses, passou a liderar com sucesso a defesa da Ucrânia contra uma invasão russa em larga escala.
Foi o general que evitou a destruição de pontes na região de Kiev — uma ideia avançada por algumas chefias militares, com o objetivo de deter o avanço russo. Zaluzhnyi sustentou que tal seria uma traição aos civis e militares ucranianos que se encontravam no leste do país.
O governo ucraniano pediu na altura a opinião de Zaluzhnyi sobre este plano. “Em nenhuma circunstância devemos fazer isso”, respondeu, do interior de um bunker cheio de fumo e rodeado de outras chefias militares. “Será uma traição tanto para os civis quanto para os militares que permanecem na margem leste”.
Nascido numa família militar soviética, Zaluzhnyi procurou sempre distanciar-se da excessiva hierarquia do exército soviético, no qual nunca serviu.
Apesar de ter ido para a escola militar numa altura em que a Ucrânia já era independente, Zaluzhnyi teve o seu batismo de fogo em 2014, quando foi nomeado vice-comandante numa área do leste da Ucrânia onde começou o conflito com os separatistas apoiados pela Rússia.
É conhecido por construir relações de confiança com os subordinados e por delegar decisões de comando. Como líder militar, Zaluzhnyi está receber os créditos do sucesso da Ucrânia na guerra, enquanto Zelensky tem sido o rosto público, mantendo a moral da população e pressionando por apoio internacional.
Apesar do seu estatuto de herói nacional, pouco aparece em público e raramente concede entrevistas. Com índices de popularidade semelhantes aos de Zelenskyy, há quem avance a ideia de que Zaluzhnyi pode desafiar a liderança política do presidente.
Entretanto, Zaluzhnyi mantém-se focado na estratégia militar. Após avanços bem-sucedidos, as tropas ucranianas libertaram nos últimos dias grandes áreas de território a leste e sul.
O futuro será provavelmente difícil para o atual comandante-em-chefe das forças ucranianas. Mesmo que a contraofensiva seja bem-sucedida e o país vença a guerra com a Rússia, a Ucrânia tem provavelmente à espera uma grave crise económica no fim do conflito.
Contudo, os analistas acreditam que se Zaluzhnyi entrar na política, pode ser bem-sucedido. “Zelensky é o líder que não abandonou os ucranianos, mas foi Zaluzhnyi quem os defendeu. É uma narrativa natural para ele, uma narrativa que tem eco na nossa sociedade”, diz à BBC o analista político Mykola Davydiuk.
ZAP // BBC
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Na Arábia saudita irmos jogaramos com 443. Eça é que é essa.