O contabilista Francisco Machado da Cruz deu, em março, uma entrevista aos advogados contratados como conselheiros legais da holding Espírito Santo Control em que disse que Ricardo Salgado, José Manuel e Manuel Fernando Espírito Santo sabiam dos erros nas contas da ESI.
De acordo com o Expresso, nessa reunião, que decorreu a 28 de março, os advogados da Arendt & Modernach contratados pela Espírito Santo Control, holding que controlava os negócios financeiros e não financeiros da família Espírito Santo, confrontaram Francisco Machado da Cruz sobre os erros nas contas da Espírito Santo International (ESI).
Machado da Cruz assume toda a responsabilidade sobre as contas para ilibar os seus subordinados, mas diz que Ricardo Salgado estava a par dos erros e pelo menos mais dois membros do conselho superior – Manuel Fernando Moniz Galvão Espírito Santo Silva e José Manuel Pinheiro Espírito Santo Silva – sabiam que as contas não eram verdadeiras.
Três dias depois da reunião com o contabilista, a equipa de advogados da Arendt & Modernach enviou um relatório completo e uma transcrição da reunião com os dois responsáveis do GES ao próprio Martins Pereira e a Domingos Espírito Santo Pereira Coutinho, administrador da ESI.
Os advogados concluem que as contas foram alteradas não por negligência, mas com o objetivo de esconder as perdas da ESI desde 2008.
João Martins Pereira, ex-administrador de empresas do Grupo Espírito Santo, também esteve presente na reunião. O semanário descreve-o como um profundo conhecedor das contas do GES e do BES, tendo liderado a compliance do banco por mais de 10 anos depois de deixar em 2002 a consultora PricewaterhouseCoopers, onde era sócio. Curiosidade: a PwC deixou de auditar o BES nesse mesmo ano, por opção própria.
ZAP
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