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Fundador da Prozis assumiu-se contra o aborto (e deixou a marca portuguesa em xeque)

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Prozis / Facebook

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Prozis é líder no mercado de retalho da nutrição desportiva.

O fundador da Prozis, Miguel Milhão, colocou a marca que é líder na área da nutrição desportiva em maus lençóis depois de ter assumido que é contra o aborto. Uma posição que está a levar a apelos de cancelamento à marca e vários influenciadores digitais a afastarem-se.

Miguel Milhão que, actualmente, vive nos EUA, comentou a decisão do Supremo Tribunal dos EUA que abriu a porta à proibição do aborto nos seus diversos Estados, congratulando-se. “Parece que os bebés por nascer recuperaram os seus direitos nos EUA! A natureza está a recuperar!”, escreveu Milhão no seu perfil da rede social LinkedIn.

“Gosto de ver os direitos das crianças que ainda não nasceram a ser tidos em conta”, explicou depois o fundador da Prozis em declarações ao Notícias ao Minuto.

Milhão queixa-se de que “a maior parte dos comentários negativos” que estão a surgir nas redes sociais quanto à sua posição pró-vida têm o objectivo de o “silenciar”. “Não me parece nem justo nem democrático”, conclui, salientando que também há “comentários positivos e negativos”.

O humorista Bruno Nogueira já veio rebater esta ideia de silenciamento, considerando, nos stories da sua conta de Instagram, que “o fundador da Prozis confunde reacções com silenciamento“. ““Silenciar” é uma mulher querer abortar e ficar caladinha. “Reagir” é uma mulher querer abortar e ter de procurar uma clínica clandestina porque o seu direito foi silenciado“”, escreveu o humorista.

Em respostas a críticas que lhe foram feitas no LinkedIn, Milhão reforçou ainda que entende que “é uma opinião virtuosa acreditar em não em fazer mal a bebés“.

Influenciadoras afastam-se da Prozis

Esta posição está a despoletar uma onda de críticas e várias influenciadoras digitais associadas à marca já anunciaram que não pretendem manter as parcerias. A influencer e repórter da RTP Rita Belinha foi uma das primeiras a fazê-lo, anunciando que “é uma questão de princípio”.

“Os valores por detrás das empresas, para mim, são fundamentais na hora de escolher com quem trabalho. Quando esses valores vão contra as minhas maiores convicções, a decisão torna-se fácil”, nota Rita Belinha.

“Isto não é uma questão de opinião. Isto, para mim, é como trabalhar com um racista ou um homofóbico. Não muda muito”, constata ainda.

As actrizes Marta Melro e Diana Monteiro também anunciaram que deixaram de ser embaixadoras da Prozis. Diana Monteiro nota que estava ligada à marca “há 6 anos” e lamenta que, depois das declarações de Milhão “é o fim de uma era” porque o seu “coração e os valores falam mais alto”.

 

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Diana Monteiro faz questão de notar que enquanto Milhão “estiver na direcção”, não voltará a estar ligada à Prozis. Mas a actriz admite voltar à parceria “se um dia o Miguel não estiver na direcção e esta marca voltar a apresentar os valores” em que acredita.

Por outro lado, a antiga concorrente do Big Brother da TVI, Joana Albuquerque, recusa desvincular-se da Prozis, embora se assuma como “pro-choice”, isto é, defendendo “que as mulheres tenham escolha se querem manter a gravidez”. “Mas pedir o cancelamento de uma empresa bem-sucedida em vários países por causa de uma opinião do fundador, opinião que é dele e só dele, parece-me descompensado“, diz em declarações ao Notícias ao Minuto.

“Tenho as minhas opiniões, assim como todos vocês têm as vossas. Neste e em mais assuntos, com certeza não vamos concordar em tudo, senão o mundo seria uma utopia que não existe“, conclui Joana Albuquerque.

Nas redes sociais, chovem as críticas ao fundador da Prozis, entre tiradas mais humorísticas e outras mais sérias, com política pelo meio.

O comediante Guilherme Duarte é um dos que se junta a esta onda das redes sociais em torno da Prozis e de Miguel Milhão, usando um vídeo para ironizar com a posição dos influenciadores digitais.

Guilherme Duarte lembra que há marcas de roupa promovidas por influencers que “são feitas com o auxílio de mão de obra escrava infantil“. Também nota que promovem “cremes para emagrecer” e cosméticos que “são testados em animais“, ou ainda marcas de telemóveis que “são feitos por mão de obra escrava em países como o Vietname, Bangladesh e assim”.

“Para mim, o dinheiro não está acima de tudo. Eu não me vendo e, a partir de hoje, o meu cupão da Prozis #hipocrisia10 já não vai estar disponível”, conclui o comediante em tom irónico.

Perante a onda de críticas, a Prozis já desactivou os comentários nas publicações no Instagram.

Fundada por Miguel Milhão em 2006, quando este tinha apenas 23 anos, a marca lidera o mercado da nutrição desportiva e tem sede em Esposende, bem como uma unidade fabril na Póvoa de Lanhoso.

ZAP //

6 Comments

  1. Parece-me que o cromo não é apenas contra o aborto, mas a favor de o probir aos outros e, isso é completamente inaceitável; ainda para mais na Europa no sec XXI!…

    • No entanto, ainda há países na Europa que proíbem o aborto. Em Malta, o aborto é proibido mesmo em situações em que a vida da mulher está em perigo. Na Polónia, também é proibido ainda que com algumas excepções.

      • E concordas, principamente com a lei de Malta??
        Não sei não deveria ser considerada um ataque aos direitos humanos!…

  2. Há muitos gajos assim, em Portugal que são contra o aborto, mas depois, na hora da queca querem tudo ao natural, não querem usar qualquer tipo de contraceptivo e depois a mulher é que se aguenta com as consequências. Elas é que se aguentam 9 meses e com todas as complicações que uma gravidez traz, Para eles não custa nada. muitos até fogem, desaparecem, quando sabem que elas estão grávidas.Gajos armados em decentes e conservadores e depois nem assumem responsabilidades.

  3. O corpo é da mulher,.ela é que decide o que fazer com ele. porque será que vem uns gajos homens quererem mandar no corpo da mulher. O supremo tribunal dos EUA deve ser maioritariamente constituído por homens, deve ser isso………..

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