O presidente da Associação de Médicos de Saúde Pública alertou hoje para a possibilidade de surgirem mais casos de infeção por legionella, admitindo que a origem da bactéria seja um espaço público em Vila Franca de Xira.
“Pode haver mais casos, sim”, afirmou à agência Lusa Mário Durval, admitindo que a fonte da infecção seja um espaço público da zona de Vila Franca de Xira e recordando que o tempo de incubação da bactéria é de aproximadamente duas semanas.
A Direção-Geral da Saúde (DGS) confirmou ao final do dia de sábado 90 casos de infeção por legionella na Grande Lisboa, dos quais 16 estão nos cuidados intensivos, admitindo que possam surgir novos casos.
“Pelo número de pessoas infectadas, o mais provável é que a fonte da bactéria seja a frequência de um sítio qualquer onde haja um ar condicionado, onde haja uma fonte onde tenham ido dezenas de pessoas”, afirmou o presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública (ANMSP).
Mário Durval defende um “inquérito epidemiológico”, ou seja, o estudo do histórico das pessoas que foram infectadas pela bactéria, “para localizar a origem”. Só depois, e em função disso, defende, “devem ser feitas as análises à água”.
O dirigente da ANMSP negou que o problema esteja na rede de abastecimento da água, considerando que, nesse caso, a infeção seria de outra natureza.
“A legionella fica normalmente em águas mais paradas, nas caldeiras, nas zonas que a água não é renovada ou então quando há sistemas de ar condicionado que arrefecem por água. A água está ali estagnada e fica a uma temperatura ideal para o desenvolvimento da bactéria”, explicou.
As autoridades estão ainda a investigar a fonte das 90 infeções por legionella registadas até ao momento, num surto que consideram preocupante e que já causou um morto, atingindo principalmente o concelho de Vila Franca de Xira.
A quase totalidade dos casos detectados está concentrada na área de Vila Franca de Xira, nomeadamente nas localidades de Vialonga, Póvoa de Santa Iria e Forte da Casa.
Dos 90 casos detetados, 59 estão internados no Hospital de Vila Franca de Xira e os restantes estão espalhados por todos os hospitais da Grande Lisboa, como o Centro Hospitalar de Lisboa Norte, o hospital de Amadora-Sintra, o hospital das Descobertas e o Hospital Beatriz Ângelo, em Loures.
A vítima mortal é um homem de 59 anos, fumador, que tinha antecedentes de problemas respiratórios.
A legionella desenvolve-se em meio aquático e a infecção ocorre por inalação de gotículas contaminadas, não pela ingestão de água, causando pneumonias, com febre alta, arrepios, dores de cabeça e musculares como sintomas.
ZAP / Lusa
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A sério?! E eu a pensar que as 80 pessoas tinham ido todas a casa de alguém.
Sugiro que verifiquem os jardins à beira da linha férrea em V. Franca de Xira, fui médica pediatra por 4 anos no hospital local e as patologias (febre da carraça e picadas de insetos, estrófulo, vinham de lá).
Não custa tentar.
Obrigada.
Cara Mariangela,
Obrigado pela informação, que nos parece de grande importância e pertinência.
Talvez fosse adequado passar esse feedback à Direcção Geral de Saúde (Tel: 21 843 05 00 | E-mail: [email protected]), que certamente lhe dará a devida atenção.