Ribau Esteves admite avançar e Pinto Luz pondera convergência com Montenegro. Eis os desafios do próximo líder do PSD

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José Coelho / Lusa

O ex-líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro

O próximo líder do PSD vai enfrentar cinco testes eleitorais antes de se apresentar como candidato nas legislativas de 2026. Entretanto, o autarca de Aveiro, José Ribau Esteves, admitiu avançar com uma candidatura.

Apesar de ainda não haver candidatos oficiais, já se antecipam vários desafios para o vencedor da corrida à liderança do PSD. O sucessor de Rui Rio vai ter de enfrentar cinco eleições internas e externas até às próximas legislativas de 2026, escreve o Público, e estes desafios estão a ser tidos em conta nas candidaturas.

O próximo líder vai a votos nas directas, nas europeias e nas regionais dos Açores e da Madeira antes de ser testado nas legislativas de 2026, em que o PSD espera poder derrotar a hegemonia socialista e voltar a estar à frente dos destinos do país.

Ainda não confirmou se vai avançar, mas Luís Montenegro tem sido apontado por muitos como o favorito à liderança, incluindo por Salvador Malheiro, um dos principais aliados de Rui Rio.

Miguel Pinto Luz também tem sido um nome falado para a corrida interna, mas o Público avança que os seus apoiantes admitem aliarem-se numa candidatura  liderada por Montenegro, mas exigem a criação de um projeto político comum.

Além de Montenegro e Pinto Luz, os nomes de Paulo Rangel e Jorge Moreira da Silva estão também na calha para sucederem a Rio. Entretanto, José Ribau Esteves, autarca de Aveiro, também já namoriscou publicamente com a possibilidade de avançar, argumentando que está na hora de ser um rosto novo a liderar o partido e não um dos nomes que já se candidatou anteriormente.

José Sena Goulão / Lusa

O presidente da Câmara Municipal de Aveiro, José Ribau Esteves

A definição do calendário eleitoral do PSD, que deve ficar fechado no próximo Conselho Nacional marcado para sábado também é importante para o futuro da liderança, já que se as directas forem em Abril e o Congresso for em Maio, o mandato do próximo líder acaba em Maio de 2024, já depois das europeias que estão marcadas para esse mês.

Nestes dois anos, há apenas mais uma ida às urnas, com as regionais da Madeira — historicamente um bastião do PSD e que cujo resultado pode ser decisivo para a continuidade do presidente — marcadas para Setembro de 2023.

Já após as europeias, o PSD vai novamente escolher um líder e caso o sucessor de Rio mantenha a confiança dos militantes, irá novamente ser testado nas regionais dos Açores em Novembro de 2024 e nas autárquicas de 2025.

Os resultados nos Açores, onde actualmente o PSD lidera o Governo regional em coligação com o CDS e com o apoio parlamentar da Iniciativa Liberal e do Chega, podem ser importantes para o futuro da liderança regional.

Mais importantes ainda são as eleições autárquicas, que já não se cingem a apenas uma região e envolvem as estruturas espalhadas por todo o país. Um exemplo do impacto das autárquicas na situação interna é o caso do próprio Rui Rio, que saiu reforçado com o bom resultado alcançado — principalmente com a vitória de Carlos Moedas em Lisboa — tendo este sido um trunfo no confronto com Paulo Rangel.

Caso o próximo líder do PSD conseguir ter bons resultados nos desafios eleitorais marcados e limitar a contestação interna, é provável que ainda seja a aposta na corrida a Belém em 2026, apesar do seu mandato terminar alguns meses antes.

O próximo ciclo político inclui ainda a escolha sobre o candidato a apoiar nas presidenciais de 2026, que deve ser feita no segundo semestre de 2025. Perante a conclusão do segundo mandato de Marcelo Rebelo de Sousa, um mau resultado nas presidenciais pode ser também motivo de contestação interna.

Adriana Peixoto, ZAP //

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5 Comments

  1. É saudável que apareçam novos candidatos e que haja debate aprofundado e competente sobre o destino do país, é isso que interessa ao povo, têm tempo agora para debater o que está errado e por que razão nós estamos cada vez mais na cauda da Europa, observar o que se passa naqueles países que nos ultrapassaram e como o conseguiram, é preciso olhar mais além para encontrar as boas soluções para o país e encontrar as pessoas certas para dar vida a tais objetivos não caindo no erro do clientelismo e compadrio, buscar pessoas fora do partido se necessário como já o fizeram no passado, será sempre também a melhor solução!

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