13 de Janeiro, o dia mundial da luta contra a depressão. Estudo demonstra que o coronavírus piorou a situação em Portugal.
Há quase dois anos que, sempre que ouvimos ou lemos a palavra “pandemia”, associamos a conversa à COVID-19. Imediatamente. Mas, seguindo a sugestão da RTVE, há outra pandemia bem presente nos seres humanos: a depressão.
Os números da Organização Mundial da Saúde não disfarçam a realidade: 25 por cento da população tem, já teve ou virá a ter esta doença; e cerca de 280 milhões de pessoas não escapam a este problema, que é sobretudo emocional mas que também costuma originar sintomas físicos.
Desmotivação, intenção constante de desistir, pensamentos suicidas, isolamento, mudanças de humor, raiva, incapacidade de sentir prazer, problemas de memória, confusão, sensibilidade anormal ao ruído: todos estes sinais são normalmente associados a uma depressão.
Como sintomas físicos, os mais frequentes são: cansaço, fadiga, ritmo invulgar de sono, comer em excesso ou falta de apetite.
Em Espanha os dados mais recentes apontam para 2,1 milhões de pessoas com depressão. Mas serão muitas mais (20,6 por cento da população espanhola) com sintomas compatíveis com um possível caso de depressão.
O artigo da RTVE destaca as declarações de Juan M. Weppler, que reparou que tinha problemas aos 17 anos: “Não importa quem és. Podes ter tudo e sofrer uma depressão na mesma”. Irene, por outro lado, contou que se sentia “muito sozinha e triste”, apesar de estar sempre rodeda por pessoas que queriam o seu bem.
É uma “distorção do passado, do presente e do futuro. Não conseguem evitar os pensamentos negativos automáticos”, explica o psicólogo Álvaro Cuenca, justificando sintomas como os de Irene.
Os números em Espanha apontam também para uma muito maior tendência de depressão nas mulheres: 58,5 por cento contra 23,3 por cento entre os homens.
Vírus agravou a situação
Em Portugal, de acordo com números da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental, cerca de 20 por cento da população tem ou já teve depressão.
E um estudo recente do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto confirmou que a COVID-19 aumentou a probabilidade de depressão.
O estudo foi realizado entre Novembro de 2020 e Fevereiro de 2021. O inquérito chegou a 929 pessoas e concluiu que a maioria dos participantes com sintomas de depressão e ansiedade relacionou o seu agravamento com a pandemia.
Dos inquiridos, 26,9 por cento apresentaram sintomas de ansiedade, 7 por cento de depressão e 20,4 por cento tiveram os dois sintomas, “sobretudo após o início da pandemia”. 23,1 por cento das pessoas desenvolveu sintomas de ansiedade num nível moderado e 17 por cento passaram a ter depressão de nível moderado.
Coronavírus / Covid-19
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