“Mecanismo de opressão”. Dinamarca quer proibir o véu islâmico integral (e já o faz na rua)

4

Mads Claus Rasmussen / EPA

A primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen.

A primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen

Uso do “niqab” divide o governo dinamarquês — e até à direita há quem recuse a proibição, por a considerar anti-democrática.

A primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, defendeu esta quinta-feira a proibição do uso do “niqab”— véu integral que cobre o rosto, exceto os olhos —, além de querer desencorajar salas de oração nas escolas e universidades.

Deus deve ceder o lugar. Temos o direito de ser crentes e de praticar a nossa religião, mas a democracia tem prioridade“, disse a chefe do Governo dinamarquês à agência de notícias dinamarquesa Ritzau e citada pela France-Presse (AFP).

Mette Frederiksen considera que existe “um controlo social muçulmano”, que conduz a uma “opressão das mulheres” nas instituições educativas na Dinamarca, devido a lacunas na legislação.

Em agosto de 2018, entrou em vigor na Dinamarca uma lei que proíbe ocultar o rosto no espaço público. Qualquer pessoa que use uma peça de roupa que cubra o rosto — como o véu integral — arrisca uma multa.

Esta lei é criticada pelo caráter discriminatório em relação a um grupo religioso, assim como pela violação da liberdade de culto e da livre escolha das mulheres.

A primeira-ministra pretende alargar esta proibição às instituições de ensino, especificou à agência Ritzau. Mette Frederiksen deseja também eliminar as salas de oração destes locais, sem as proibir formalmente.

A chefe do Governo gostaria que os ministros da Educação e do Ensino Superior, Mattias Tesfaye e Christina Egelund, respetivamente, “expressassem claramente às universidades que não deveria haver salas de oração nas instituições“, e que juntos encontrassem uma solução, acrescentou à agência noticiosa.

“Não as queremos, porque são usadas como mecanismos de opressão contra as raparigas e, potencialmente, também contra os rapazes”, insistiu Mette Frederiksen.

Estas declarações surgem num momento em que o debate sobre esta temática está igualmente aceso em França, outro país da União Europeia: o antigo primeiro-ministro Gabriel Attal propôs, a 20 de maio, a proibição do uso do véu no espaço público para menores de 15 anos, afirmando que isso prejudica a igualdade entre homens e mulheres e a proteção das crianças.

Esta proposta foi fortemente criticada pela esquerda, mas também por parte do centro e da direita, que a consideram inaplicável ou inconstitucional.

// Lusa

4 Comments

  1. Mecanismo de opressão é o que os cristãos e judeus sofrem nas mãos dos muculmanos

    Quran
    [9.29] FAÇAM GUERRA CONTRA AQUELES QUE NÃO CREEM EM ALÁ e no Dia do Juízo Final, nem se abstêm do que Alá e Seu Mensageiro [Maomé] proibiram, e nem professam a verdadeira religião [o islamismo] [ mesmo que sejam] do povo do livro [judeus e cristãos], até que, submissos, paguem o Jizya.

  2. O governo de centro-esquerda dinamarquês deveria ser um exemplo para os partidos de esquerda de toda a Europa.

    • E de Direta, também. Não me oponho ao uso dessas peças de vestuário, se usadas nos países de origem. Na Europa, não!

  3. Frederiksen está ver bem a questão. Como diz o nosso povo, »à terra onde fores ter faz como vires fazer». E é o que faz sentido. Encarar alguém, na rua, com a cara tapada, além de não ser agradável, pode ser delicado ou até perigoso. Nunca sabemos quem temos pela frente.
    Não sou contra esse costume islâmico enquanto islâmico e no seu meio. Cada povo tem os seus usos e costumes, e ainda bem em favor da diversidade de culturas, Nem me atrevo a pensar que, se estiverem fora da sua terra, não professem a sua religião seja ela qual for. Mas que o façam em particular, nos seus próprios espaços e não de modo a perturbar ( de maneiras várias) ambientes outros que não são os seus e ainda se julguem com direito a fazê-lo.
    Frederiksen está do lado certo.

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.