Hugo Delgado / Lusa

A coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua
Desertores criticam direção do partido por “práticas que envergonhariam muitos patrões” e “centralismo castrador e sem democracia”. Distrito de Santarém com menos 100 militantes.
Mais de 100 militantes do Bloco de Esquerda do distrito de Santarém anunciaram esta quinta feira ao Expresso a sua saída do partido. Numa carta, escreveram as suas razões.
Entre elas, acusam o partido de deslizar “placidamente para o velho centralismo democrático, castrador e sem democracia“, e de não respeitar os direitos dos seus próprios trabalhadores, com “práticas que envergonhariam muitos patrões”. Avançam, ainda que sem pormenores, que “o caso das aleitantes não é único”.
Referem-se às recém-mães despedidas do Bloco, polémica que valeu ao partido da deputada única Mariana Mortágua uma investigação do Ministério Público.
A aproximação ao Partido Socialista também é apontada como motivo. “O Bloco de Esquerda há muito se afastou da opção de construir um forte polo à esquerda, alternativo ao rotativismo do bloco central”, escrevem o militantes de saída.
“A geringonça, uma opção adequada numa conjuntura específica, impregnou irremediavelmente a linha estratégica do BE. As propostas políticas são sistemática e convenientemente buriladas, quando não metidas na gaveta, na esperança de virem a ser aceites pelo PS”, acrescentam.
“A afirmação da luta dos trabalhadores como fundamental em qualquer transformação de fundo foi substituída por agendas identitárias e parciais, importantes sem dúvida, mas de limitado alcance. A afirmação de um projeto global alternativo de sociedade foi substituída por cadernos reivindicativos parcelares aceitáveis”, criticam.
A debandada surge num momento em que o Bloco de Esquerda obteve o pior resultado de sempre numas eleições legislativas desde a sua criação, em 1999. Mariana Mortágua, porém, não seguiu as passadas de Pedro Nuno Santos — não se demitiu do partido, e até garantiu que se recandidatará à direção.
Ela que continue, lá cantava alguém “a queda de um anjo, em cima de um homem…” neste caso será anjo nenhum, é mais uma tragédia…
Partido arrasado! 80% dos seus deputados foram despachados.
Coitadinhos, vão ser todos despedidos!
Não há Código do Trabalho e outras leis laborais que os protejam!
Talvez a D. Mariana Mortágua, como vai ser a última a fechar a luz, tenha de pagar do seu bolso de deputada as indemnizações necessárias para tantos despedimentos… Ainda vai acabar insolvente!
D. Mortágua vai bramar ao país que sejam os portugueses a pagar a crise do Bloco, que ela e os seus amigos provocaram.
A revolucionária, filha do assaltante-mor do séc. XX, quando é que larga o tacho?