Esta quarta-feira, a TV Asashi emitiu uma reportagem sobre as campanhas de vacinação contra a covid-19 um pouco por todo o mundo. Portugal e o sucesso da sua estratégia mereceram destaque.
Com 85% da população vacinada contra a covid-19, Portugal é descrito na reportagem da TV Asashi como um caso de sucesso. A estação japonesa deu ênfase ao papel do vice-almirante e Henrique Gouveia e Melo contou que o processo de vacinação funcionou como um “navio que está a lutar contra o vírus”.
Muitos vieram para o “navio” e “a grande vitória foi essa”, acrescentou o responsável pela campanha de inoculação, citado pelo jornal online Observador.
Entre os segredos para o sucesso da vacinação, o vice-almirante destacou o facto de ter calculado “tudo como fábricas”: “Quantas doses de vacinas é que os enfermeiros eram capazes de dar por hora. Calculámos que conseguiam dar 15 doses”, revelou, adiantando que foram vacinados 800 militares em primeiro lugar para “testar este sistema”.
“Fizemos um modelo a partir desta organização para espalhar por 300 centros no país”, acrescentou o coordenador da task force da vacinação.
Questionado sobre as semelhanças entre a gestão do processo de vacinação e o cargo de vice-almirante, Gouveia e Melo disse que, em ambos, é preciso “planear as coisas”.
“É preciso planear e não improvisar. Se se improvisar nos submarinos, não se vem ao de cima”, disse em tom de metáfora, acrescentando que acontece o mesmo “num processo tão complexo” como uma campanha de vacinação.
Sobre o facto de ter sido um militar a encabeçar o processo, Henrique Gouveia e Melo assume que pode ter ajudado à vacinação, uma vez que, perante o olhar público, um militar é “alguém de confiança, que é direto e que não tem nada a ver com política”.
Já em relação aos grupos de negacionistas, o vice-almirante disse que “assassino é o vírus” e que esse estava a ser ajudado por esses manifestantes. A reportagem emite imagens exclusivas do Observador do momento em que Gouveia e Melo foi contestado à entrada de um centro de vacinação em Odivelas, em agosto.
Portugal “estava no meio de uma guerra e a guerra é dos portugueses contra o vírus”. O importante era levar a cabo a missão, rematou.