O Presidente Emmanuel Macron discutiu a cooperação na região Indo-Pacífico com o primeiro-ministro indiano Narendra Modi, esta terça-feira.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, conversaram esta terça-feira, em plena crise dos submarinos australianos, reafirmando a vontade “de agir conjuntamente no espaço Indo-Pacífico”, anunciou o Palácio do Eliseu.
Durante a conversa telefónica, Macron “recordou o compromisso da França em contribuir para o reforço da autonomia estratégica da Índia, incluindo a sua base industrial e tecnológica, no quadro de uma relação estreita de confiança e respeito mútuo entre dois parceiros estratégicos”, de acordo com a presidência francesa.
O comunicado de imprensa do Eliseu não menciona a crise diplomática. Segundo o Aljazeera, o gabinete de Macron afirmou ainda que a abordagem comum da França e da Índia teria como objetivo promover “a estabilidade regional e o Estado de Direito, excluindo ao mesmo tempo qualquer forma de hegemonia”.
A reunião entre os dois líderes ocorreu no momento em que Paris continua a manifestar o desconforto pelo anúncio de uma nova aliança estratégica no Indo-Pacífico, depois de os EUA e o Reino Unido terem vendido à Austrália tecnologia de submarinos de propulsão nuclear, levando este país a “rasgar” um volumoso contrato de compra de submarinos convencionais franceses.
A União Europeia (UE) já manifestou a sua solidariedade com Paris. O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e o chefe da diplomacia comunitária, Josep Borrell, denunciaram a “falta de transparência” dos EUA na crise dos submarinos australianos, juntando-se a posição de vários países europeus, incluindo Portugal.
Os EUA e o Reino Unido já disseram que não permitirão uma crise com a França, com o Presidente norte-americano, Joe Biden, a manifestar a vontade de conversar com o seu homólogo francês e com o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, a dizer que a relação entre Londres e Paris é “indestrutível”.
O pacto AUKUS tem como objetivo reforçar a cooperação trilateral entre Austrália, Reino Unido e Estados Unidos em tecnologias avançadas de defesa, como a inteligência artificial, sistemas submarinos e vigilância a longa distância.
O pacto visa enfrentar a China na região Indo-Pacífico e constitui uma base para nucleares norte-americanos serem comprados pela Austrália, que saiu assim, unilateralmente e sem aviso prévio, de um acordo mais antigo com a França.
ZAP // Lusa