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Libertadas 100 pessoas raptadas há mais de 40 dias na Nigéria

Uma centena de pessoas, a maioria crianças e mães lactantes, foram libertadas após mais de 40 dias em cativeiro no noroeste da Nigéria, segundo confirmaram esta quinta-feira as autoridades do estado de Zamfara.

“Conseguimos a libertação de 100 pessoas, na sua maioria mães e crianças lactantes, raptadas em 8 de junho por bandidos na aldeia de Manawa, na cidade de Maru”, disse Muhammed Shehu, porta-voz da polícia no estado noroeste de Zamfara, à agência EFE, por via telefónica.

Embora o porta-voz não tenha especificado o dia em que as vítimas foram libertadas ou de que forma, disse que não foi pago nenhum resgate para pôr fim ao seu cativeiro.

“As vítimas foram libertadas através dos esforços da polícia e de funcionários governamentais regionais. Serão submetidas a um exame médico e depois reunir-se-ão com as suas famílias”, disse Shehu.

A vaga de violência que assola a Nigéria já provocou mais de oito mil mortos, segundo um relatório de maio de 2020 do International Crisis Group (ICG), uma organização sem fins lucrativos especializada na resolução e na prevenção de conflitos armados internacionais.

Os criminosos refugiam-se na floresta de Rugu, que se estende pelos estados de Níger, Katsina, Kaduna e Zamfara.

Uma fonte disse à AFP que os criminosos aceitaram libertar os civis esta segunda-feira, depois de a polícia e as autoridades locais garantirem “que não tomariam qualquer ação” após o sequestro.

Sequestro de estudantes

Nos últimos meses, tem havido um aumento de raptos em massa em escolas no norte da Nigéria, muitas vezes para resgates lucrativos.

Pelo menos 950 alunos foram raptados desde dezembro, de acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

Em 30 de maio, 147 estudantes foram raptados de uma escola corânica no estado do Níger (no centro-norte), dos quais onze, com idades entre os 4 e os 12 anos, foram libertados um dia mais tarde.

Em 29 de maio, mais 14 estudantes da Universidade de Greenfield em Kaduna foram libertados depois de terem sido raptados em abril.

E em 2 de março foram libertados 279 estudantes que tinham sido raptados em 26 de fevereiro de uma escola pública de raparigas no Estado de Zamfara.

Em 11 de dezembro, 344 estudantes foram levados de uma escola no estado de Katsina, no norte do país, num ataque reivindicado pelo grupo ‘jihadista’ Boko Haram, que até então tinha confinado os seus ataques ao nordeste do país, embora as autoridades culpassem os bandidos.

Os estudantes foram localizados e libertados uma semana mais tarde numa floresta no estado vizinho de Zamfara.

Em 12 de junho, o Presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, prometeu pôr fim a estes acontecimentos e manifestou as suas “condolências” às famílias das “vítimas da violência dos bandidos” no noroeste e no centro do país.

Muitos estudantes raptados ainda se encontram em cativeiro e algumas escolas do norte da Nigéria têm estado fechadas para evitar ataques, escreve a CNN.

ZAP // Lusa / AFP

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