A inoperacionalidade da plataforma informática Citius e do sistema alternativo de gravação obrigou hoje à interrupção, no Tribunal de Guimarães, do julgamento de um mega processo por tráfico de droga, informou fonte judicial.
Segundo a fonte, na audiência de hoje, a primeira do caso, o tribunal limitou-se à identificação dos 19 arguidos no processo, cinco dos quais estão em prisão preventiva.
O tribunal propôs-se ainda ler as 140 páginas da acusação, mas o procedimento acabaria por ser dispensado pelos advogados envolvidos no processo.
Face à inoperacionalidade não só da plataforma informática de suporte à actividade dos tribunais (Citius), resultante da reorganização do mapa judiciário, mas também do sistema alternativo de gravação do próprio tribunal, o julgamento foi interrompido, sem que tivesse sido ouvido qualquer um dos arguidos ou das testemunhas.
Foi marcada nova audiência para quarta-feira.
Na sexta-feira, a Direcção-Geral da Administração da Justiça (DGAJ) pediu a todos os utilizadores da plataforma de suporte à actividade dos tribunais Citius para não praticarem “quaisquer actos” naquele sistema informático, nomeadamente gravações.
Em nota dirigida aos administradores judiciários, a que a agência Lusa teve acesso, a DGAJ recomendava ainda a salvaguarda, “em sistema digital autónomo“, de todos os actos praticados após 1 de Setembro.
Os arguidos do julgamento hoje adiado em Guimarães foram detidos em Dezembro de 2013 pela GNR, numa operação que envolveu 25 buscas em casas, armazéns e viaturas naquele concelho e no de Braga.
A operação resultou na apreensão de 12.500 doses de haxixe, 300 doses de cocaína, 25 doses de heroína e 100 gramas de liamba, além de material relacionado com o crime de tráfico de produtos estupefacientes, como balanças de precisão, objectos de corte, embalagens e “avultadas” quantias de dinheiro.
Foram ainda aprendidas duas armas de fogo e diversas munições.
Os detidos têm idades entre os 27 e 67 anos.
ZAP // Lusa
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