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Serra de Monchique é um “barril de pólvora”. Governo ignora situação urgente

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Há mais de 35 mil toneladas de madeira ardida ao abandono. “Temos um barril de pólvora à porta”, diz o presidente da Câmara, denunciando a inação do Governo.

Na encosta sul da Serra de Monchique, o calor do sol faz com que a esteva liberte a sua resina, o ládano, um material combustível pronto a arder. A Câmara estima que haja 5 mil toneladas de madeira, empilhada junto às vias, à espera de de ser escoada para as centrais de biomassa. A juntar a isso, mais 30 mil toneladas de árvores ardidas.

“Temos um barril de pólvora à porta”, denuncia o presidente da Câmara, Rui André, em declarações ao jornal Público.

A situação foi reportada ao ministro do Ambiente e Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes, há dois meses, pedindo-se uma reunião com carácter de urgência. O autarca ainda não recebeu resposta. Na carta a que o matutino teve acesso, a Câmara chama a atenção para a “necessidade imperiosa” da retirada da biomassa.

O Programa de Reordenamento e Gestão da Paisagem (PRGP) para as serras de Monchique e Silves define como prioritário o corte e retirada das árvores ardidas — uma ação que está por realizar.

A solução encontrada por Rui André é de último recurso: “A Câmara vai suportar o acréscimo do custo do transporte — 9 euros/tonelada” para escoar a lenha para uma fábrica em Huelva, Espanha.

“Ou é agora, e se apoia os madeireiros a cortar a madeira e levá-la para fora das zonas de risco ou estamos perante um barril de pólvora”, acrescentou o autarca.

Com o verão aí, aproxima-se a época de incêndios. Três concelhos do distrito de Faro apresentam hoje risco máximo de incêndio, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

De acordo com a informação disponível no site do IPMA, estão sob este alerta os concelhos de Loulé, São Brás de Alportel e Tavira, no distrito de Faro. O IPMA colocou também cerca de 30 concelhos dos distritos de Faro, Beja, Portalegre, Castelo Branco e Santarém em risco muito elevado de incêndio.

Os sistemas de videovigilância para detetar incêndios e apoiar nas decisões de combate aos fogos rurais já cobrem mais de três milhões de hectares, o que representa mais de 30% do território nacional, escreve ainda o Público.

ZAP //

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1 Comment

  1. E o que volta a rebentar mais denso ainda e ninguém faz nada? Isto é simplesmente um país ao abandono sem governantes competentes, são todos incapazes de perceber o valor a vários níveis do ecossistema e da importância que este tem para o futuro do país e de quem nele vive. Todos bons na propaganda e se autopromoverem!

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