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Ciclone Tauktae faz pelo menos 33 mortos na Índia (e paralisa vacinação contra covid-19)

Prakash SINGH / AFP

Dezenas de corpos de vítimas de covid-19 encontrados nas margens do rio Ganges

Rio Ganges, Índia

Pelo menos 33 pessoas morreram e quase cem estão desaparecidas na Índia, devido ao impacto do ciclone Tauktae, esta terça-feira. O país também registou o maior número de mortes diárias provocadas pela covid-19.

Centenas de milhares de pessoas ficaram sem energia depois de o ciclone Tauktae atingir a costa de Gujarat, no oeste da Índia, na noite desta segunda-feira, deixando um rasto de morte e destruição.

Ventos de até 180 quilómetros por hora danificaram casas e derrubaram linhas de energia e milhares de árvores, bloqueando estradas e impedindo o socorro de chegar às áreas afetadas, disseram as autoridades locais.

“Nunca vivi nada assim na minha vida”, afirmou um funcionário de um hotel da cidade de Bhavnagar. “Foi uma noite no escuro, a energia elétrica foi cortada e os ventos não paravam. Foi aterrorizante“, acrescentou.

O primeiro-ministro regional, Vijay Rupani, indicou que o número de mortos aumentou para pelo menos 33, principalmente devido ao colapso de paredes ou tetos.

O chefe do governo indiano, Narendra Modi, deve visitar as áreas atingidas pelo ciclone em Gujarat, seu estado natal, esta quarta-feira.

Ao mesmo tempo que o ciclone atingiu o país, a Índia registou 4.329 mortes e quase 280 mil infeções por covid-19 nas últimas 24 horas, o maior número diário até agora. No total, a pandemia já provocou mais de 250 mil mortes.

Embarcação com 273 pessoas naufragou

Os cerca de 90 desaparecidos encontravam-se a bordo de uma embarcação, que naufragou com 273 pessoas na costa de Mumbai, capital do estado de Maharastra, anunciou a Marinha indiana.

Os militares informaram que 180 passageiros foram resgatados em condições extremamente difíceis.

O ciclone Tauktae foi um dos mais poderosos a afetar a região oeste da Índia em décadas e provocou vítimas nos estados de Kerala, Goa, Maharashtra e Gujarat.

“Nunca tinha visto um ciclone tão devastador como este em Mumbai”, contou à AFP Anand Shinde, habitante da metrópole financeira.

Os fortes ventos derrubaram casas, assim como árvores e torres de energia elétrica, devastando o oeste indiano, cujas ruas se transformaram em rios. Milhares de pessoas fugiram.

Maharashtra retirou quase 12.500 pessoas das áreas costeiras.

Em Gujarat, mais de 16.500 casas ficaram danificadas, 40 mil árvores foram arrancadas pelo temporal e 2.400 vilas ficaram sem energia elétrica.

As autoridades de Gujarat tentam evitar os cortes de energia nos 400 hospitais e fábricas de oxigénio da costa.

Pacientes com covid-19 foram transferidos

No domingo, 580 pacientes de covid-19 foram transferidos de três hospitais de campanha para locais mais seguros.

Em Gujarat, todos os pacientes infetados com covid-19 hospitalizados num raio de menos de cinco quilómetros da costa foram transferidos.

O estado de Gujarat, que registou até o momento nove mil mortes provocadas pela covid-19 (um número oficial provavelmente subnotificado como em todo o país, segundo os especialistas) suspendeu a campanha de vacinação durante dois dias. Mumbai fez o mesmo, mas apenas por um dia.

ZAP // AFP

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