Pela primeira vez, Governo admite que aplicação Stayway Covid não funcionou

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José Sena Goulão / Lusa

O ministro da Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Manuel Heitor

O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, um dos primeiros governantes a ver o protótipo da aplicação de rastreio de casos de covid-19, admitiu que a StayAway Covid não funcionou.

Segundo Manuel Heitor, ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, é necessário “tirar ilações sobre como sistemas como a StayAway Covid não funcionaram em Portugal, mas funcionaram em países” como a Suíça e a Alemanha, adianta o jornal ECO.

Em causa estão as aplicações móveis de rastreio de potenciais contactos com pessoas infetadas com covid-19, nomeadamente a aplicação portuguesa desenvolvida pelo INESC TEC.

Esta foi a primeira vez que um governante reconheceu publicamente que a aplicação portuguesa não registou a adesão esperada, tornando-a virtualmente ineficaz.

O ministro reconheceu ainda que o INESC TEC conseguiu desenvolver a StayAway Covid, uma “aplicação ao melhor nível do que se faz noutros países, graças a “conhecimento acumulado ao longo dos anos”. Porém, admitiu a “complexidade da utilização das ferramentas do digital”.

“No caso da StayAway Covid, a sua relação com o dia-a-dia dos médicos e a operacionalização pelo próprio Serviço Nacional de Saúde é uma relação complexa. A espontaneidade e voluntarismo dos que se dedicaram ao desenvolvimento de uma app particularmente potente tem de ser cada vez mais compreendida num quadro complexo, sem as quais nunca estaremos aptos a ganhar as oportunidades da transição digital”.

Lançada em setembro de 2020, a aplicação móvel permite rastrear de forma rápida e anónima, através da proximidade física entre smartphones, as redes de contágio por covid-19, informando os utilizadores que estiveram, nos últimos 14 dias, no mesmo espaço de alguém infetado com o novo coronavírus.

O primeiro-ministro, António Costa, chegou a considerar tornar obrigatória a instalação da aplicação, gerando uma onda de críticas que acabou por inviabilizar a medida.

Maria Campos, ZAP //

 

 

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