Esta quinta-feira, o Governo chinês anunciou a suspensão “por tempo indefinido” de todas as atividades realizadas no âmbito da iniciativa “Diálogo Económico Estratégico China-Austrália”.
As relações entra a China e o ocidente estão cada vez mais tensas. O jornal Público escreve que a China criticou ainda os países do G7 por declararem apoio a Taiwan, envolvido numa disputa de soberania entre Pequim e Taipé.
A decisão da China surge pouco tempo depois de o Governo federal australiano ter usado o seu poder de veto para travar dois acordos assinados entre Pequim e o executivo do estado de Victoria, alegando incompatibilidades com o “interesse nacional”.
“Alguns responsáveis do Governo da Austrália lançaram, recentemente, uma série de medidas para desestabilizar os intercâmbios e a cooperação normais entre a China e a Austrália, com mentalidade de Guerra Fria e descriminação ideológica”, denunciou a Comissão Nacional para o Desenvolvimento e Reformas, citada pela Reuters.
O diretor do Australia-China Relations Institute da Universidade de Tecnologia de Sidney, James Laurenceson, considera que isto se trata de uma retaliação chinesa.
“É evidente que este desenvolvimento não é positivo. Já existia uma suspensão do diálogo entre líderes, do diálogo a nível ministerial e agora a nível burocrático”, disse Laurenceson ao South China Morning Post.
No passado, a proibição de acesso da Huawei à rede 5G australiana e o apela a uma investigação às origens do surgimento do novo coronavírus em Wuhan — sugerindo que a China encobriu o verdadeiro perigo da doença — contribuíram para a deterioração das relações diplomáticas dos dois países. Como consequência, Pequim impôs sanções económicas a Camberra.
As potências do G7 apelaram esta quarta-feira à China para respeitar os direitos humanos e liberdades fundamentais em Xinjiang e Hong Kong.
Os chefes da diplomacia, e ainda a União Europeia (UE), referiam desejar que o país asiático participe “de forma construtiva” na cena internacional “enquanto grande potência e economia, com uma avançada capacidade tecnológica”.
Para mais, foi ainda explícito o seu apoio à participação de Taiwan nos fóruns da Organização Mundial da Saúde (OMS), apesar da oposição da China, sublinhando que este organismo internacional deverá manter um “papel central” nas medidas de segurança sanitárias globais.
O Governo chinês não ficou nada satisfeito com o comunicado e fala em “interferência grosseira”.
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Wenbin, disse que a posição do G7 sobre Taiwan é uma “interferência grosseira” nos seus “assuntos internos”.
“As acusações sem provas dos ministros dos Negócios Estrangeiros do G7 contra a China são políticas de fação que procuram fazer marcha atrás na roda da História”, atirou Wang.
A China, que ainda vive na Idade Média a criticar países democráticos até dá para rir…