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Itália dá passo atrás: país inicia hoje novo confinamento. Inglaterra quer compensar o tempo perdido

No mesmo dia em que Portugal vai dar início a um novo desconfinamento, Itália volta a um novo confinamento. Já Inglaterra quer compensar o tempo de aprendizagem perdido.

As novas restrições em algumas das maiores regiões de Itália começam hoje e vão manter-se até início de abril. São mais uma tentativa para travar os avanços do novo coronavírus.

A partir de hoje o país fica dividido por cores. Nos casos das regiões estarem marcadas a vermelho ou a cor-de-laranja, a população só pode sair de casa para trabalhar ou por questões de saúde. Também todas as lojas não essenciais ficam encerradas e o setor da restauração limitado a entregas ao domicílio ou a take-away, por exemplo.

A soma de mais de 250 novas infeções por 100 mil habitantes numa semana dita a entrada imediata em isolamento. Durante a Páscoa, todo o país vai estar pintado a vermelho, ficando em confinamento nacional de 3 a 5 de abril.

A taxa de transmissão atual ronda 1,6. Itália totaliza 3.149.017 infeções confirmadas e 101.184 mortes, o sexto número mais elevado do mundo.

Inglaterra quer compensar aprendizagem perdida

Inglaterra chamou a atenção por causa de uma ideia avançada há cerca de uma semana pelo ministro da Educação, Gavin Williamson, que declarou que estavam a ser consideradas medidas para que os alunos pudessem compensar a aprendizagem perdida.

O objetivo é acrescentar mais horas de aulas por dia, férias mais curtas ou um ano letivo com cinco períodos.

Para já, ainda não foi tomada nenhuma decisão em relação às medidas, que Williamson disse que a crise provocada pelo coronavírus até poderia ser um catalisador de mudanças, “um pouco como a reforma de 1944 a seguir à II Guerra Mundial”, para “melhorar as oportunidades para os mais jovens”.

No entanto, as declarações provocaram algum ceticismo, avança o Público.

Amanda Spielman, responsável do organismo de supervisão das escolas Ofsted, referiu ao The Guardian que quaisquer alterações deviam ser suportadas por dados, e ter o apoio dos pais. “Penso que deveríamos saber por que é que não foram um sucesso no passado antes de decidir aplicar esta solução“, defendeu.

Enquanto isso, as escolas foram levando a cabo as operações de testagem na semana passada, mas foram surgindo alguns problemas.

Mary Bousted, secretária-geral do Sindicato Nacional de Educação (NEU) disse que não estava a ser fácil obter consentimento dos pais para os testes dos alunos.

Enquanto Inglaterra volta às aulas, o País de Gales, a Escócia e a Irlanda do Norte têm os seus próprios calendários.

Polícia holandesa dispersa pessoas em protesto

A polícia de Haia, nos Países Baixos, dispersou centenas de manifestantes este domingo, véspera de eleições gerais, contra o Governo e as medidas restritivas para conter a propagação de covid-19.

A polícia de Haia, sede do Governo dos Países Baixos, informou, através da rede social Twitter, que destacou agentes de intervenção para interromper o protesto, que usaram um canhão de água e agentes a cavalo, depois de centenas de pessoas terem desobedecido aos repetidos apelos para que voltassem para casa.

Segundo a agência Associated Press (AP), a polícia deteve um homem por atacar um agente com um bastão, bem como um número ainda desconhecido de outros manifestantes.

Antes de a polícia terminar o protesto, várias pessoas erguiam uma faixa com o texto “Amor e Liberdade: Sem Ditadura”, enquanto outros seguravam guarda-chuvas amarelos, tal como aconteceu em outros protestos contra o confinamento que decorreram nas últimas semanas.

Nas últimas semanas, ocorreram manifestações com menos participantes na capital do país, Amesterdão, com a polícia de intervenção a ser repetidamente chamada para afastar manifestantes que se recusavam a dispersar.

Apoiantes de Bolsonaro protestam contra restrições

Apoiantes do Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, protestaram este domingo nas principais cidades do país, como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Belo Horizonte, contra as medidas restritivas impostas pelos governos regionais para travar a pandemia.

As manifestações foram convocadas nas redes sociais pelos apoiantes de Bolsonaro e a que concentrou mais pessoas teve lugar em São Paulo, a maior cidade do país, que reuniu cerca de mil pessoas e uma grande caravana de veículos.

Os participantes, na sua maioria vestindo as cores da bandeira do Brasil e sem máscaras, protestaram contra as medidas de distanciamento social que têm sido aplicadas pelos diferentes governos regionais e municipais para tentar travar a propagação da covid-19, numa altura em que o Brasil vive o pior momento da pandemia.

Os governos regionais de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, entre outros, impuseram nos últimos dias medidas como obrigação de recolher noturno, proibição de eventos com aglomerações e encerramento de comércio, numa altura em que os hospitais estão à beira do colapso por falta de unidades de cuidados intensivos.

Maduro decreta cerca sanitária em Caracas

O Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, decretou esta segunda-feira uma cerca sanitária em Caracas e no estado de Bolívar, que entra em vigor na próxima semana.

A cerca sanitária visa travar a propagação da covid-19, o que implica, entre outras coisas, que seja declarado o estado de emergência e que sejam criadas “novas capacidades hospitalares”.

“Vamos declarar uma cerca sanitária e uma flexibilização limitada e parcial na região da capital e no estado de Bolívar”, disse Maduro durante um evento em que mencionou que em Caracas e nos arredores foi registado um aumento de casos justificando esse maior número de infeções com a entrada no país da variante brasileira do coronavírus.

O estado sulista de Bolívar, que faz fronteira com o Brasil, é outro dos estados onde a nova variante foi detetada, tendo sido já decidido criar um hospital de campanha que chegará na segunda-feira à região para dar resposta a este aumento de casos de infeções com o coronavírus, explicou o presidente da Venezuela.

Ana Isabel Moura, ZAP // Lusa

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