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Governo francês quer acabar com dois feriados: “Precisamos de trabalhar mais”. Cortes na saúde, salários congelados

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Rama / Wikipedia

O primeiro-ministro francês,

Pensões também devem ser congeladas, haverá imposto sobre os mais ricos. Cortes de 44 mil milhões para reduzir o défice.

A austeridade chega a França e preveem-se tempos de agitação política e social.

O Governo francês anunciou, esta terça-feira, um congelamento das despesas em 2026, ao nível de 2025, exceto na Defesa e nos encargos com a dívida, para travar o crescimento da dívida do país. E para “dar o exemplo”.

Entre as várias medidas anunciadas, propõe a criação de uma “contribuição de solidariedade” destinada aos “mais ricos” e a eliminação de dois feriados nacionais: a segunda-feira de Páscoa e o 8 de maio.

O primeiro-ministro François Bayrou disse que as medidas estão enquadradas num plano de ajuste orçamental de quatro anos, que terá início no próximo ano, com um cortes orçamentais de 43.800 milhões de euros para reduzir as despesas e aumentar as receitas, considerando que a França está “na última estação antes do precipício e do esmagamento pela dívida”. A ideia do Executivo é reduzir o défice para 4,6% do PIB.

Congelamento de salários na Função Pública e das pensões, redução do emprego público, corte nas despesas sociais e de saúde, na rubrica de despesas; e uma contribuição de solidariedade dos mais ricos, na rubrica de receitas, são algumas das medidas esboçadas por Bayrou e apresentadas numa intervenção especial perante o Governo e o Parlamento.

O governante tem insistido na necessidade de travar o rápido aumento da dívida pública, uma vez que, ao ritmo atual, o pagamento da dívida atingiria 100.000 milhões de euros em 2029, tornando-se na primeira rubrica do orçamento.

Bayrou anunciou também que a França vai instituir uma “contribuição de solidariedade” aos “mais ricos”, considerando que “o esforço da nação deve ser equitativo” para conter o aumento da dívida.

“Será criada uma contribuição de solidariedade” para “pedir pouco àqueles que têm pouco e mais àqueles que têm mais”, declarou Bayrou, que remeteu os pormenores desse imposto para o Parlamento.

O primeiro-ministro francês também anunciou “medidas complementares para combater a otimização abusiva de patrimónios não produtivos”, dando como exemplo a intenção de eliminar dois dos 11 feriados oficiais para que “a atividade do país como um todo seja mais importante”.

Bayrou propõe trabalhar na segunda-feira de Páscoa, que “não tem qualquer significado religioso”, e a 8 de maio, comemoração do fim da Segunda Guerra Mundial na Europa, considerando que essas medidas “renderão vários milhares de milhões [de euros] ao Orçamento do Estado”.

Precisamos de trabalhar mais como nação”, justificou o primeiro-ministro.

As propostas vão ser debatidas no Parlamento francês apenas depois do Verão, mas as críticas já chegaram.

A União Nacional avisou que pode avançar com uma moção de censura em outubro, para derrubar o Governo: “É um ataque direto à história francesa”, alegou o presidente do partido, Jordan Bardella.

François Bayrou tem noção de que está “à mercê da oposição” – e admitiu que pode ser afastado do cargo por causa deste plano.

ZAP // Lusa

1 Comment

  1. Governantes bandidos!!!
    E que tal acabarem com os gastos em guerras estúpidas???
    Pois! Servir o Povo não dá comissões e subornos como dão as armas.
    O Povo tem que abrir os olhos e correr com estes bandidos de toda a Europa.

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