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Nas presidenciais, os jovens votaram menos em Marcelo e André Ventura

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António Cotrim / Lusa

Os jovens portugueses, entre 18 e 30 anos, votaram menos em Marcelo Rebelo de Sousa e em André Ventura do que a restante população, nas eleições presidenciais de janeiro, e colocaram João Ferreira na última posição.

Segundo uma sondagem do Conselho Nacional de Juventude (CNJ), realizada pela Universidade Católica, cerca de metade desta fatia do eleitorado participou no sufrágio de 24 de janeiro (entre 45 e 52%), no qual se registou um recorde de abstenção global de 60,74%, sendo o índice de participação oficial do universo de cidadãos inscritos de apenas 39,26%.

O estudo estima que o recandidato Marcelo Rebelo de Sousa, apoiado oficialmente por PSD e CDS-PP, obteve menos três pontos percentuais (58%) entre os jovens, o mesmo sucedendo com o líder do Chega, André Ventura (9%).

Quem tem ainda menos votos entre os eleitores até aos 30 anos é o dirigente comunista João Ferreira, com menos um ponto percentual, mas relegado para a sétima e última posição em vez do quarto lugar obtido nas urnas.

A ex-eurodeputada socialista Ana Gomes (PAN, Livre), entre os jovens, obteve mais um ponto percentual (14%), tal como a sua antiga colega bloquista em Bruxelas, Marisa Matias, também com mais um ponto percentual (5%) e ascendendo assim ao quarto lugar.

O advogado e fundador da Iniciativa Liberal Tiago Mayan Gonçalves granjeou igualmente mais votos entre os cidadãos mais novos, aumentando o pecúlio em dois pontos percentuais (5%), bem como o calceteiro e líder do RIR, Vitorino Silva, com mais um ponto (4%).

Os resultados da sondagem foram calculadas “com base nas estimativas da população publicadas pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE), de 15 de junho de 2020, os resultados eleitorais oficiais Presidenciais 2021, de 04 de fevereiro e os dados da sondagem realizada à boca das urnas no dia das eleições”.

“Os resultados refletem o afastamento dos jovens em relação à política, o que é particularmente preocupante, pois conduz ao empobrecimento da democracia”, declarou o presidente do CNJ, João Pedro Videira, citado em comunicado.

Segundo este responsável, “é urgente encontrar soluções que promovam a participação das gerações mais jovens nos momentos eleitorais por forma a reverter esta tendência”, a qual, segundo Videira se deve a “polarização da política, a não identificação dos jovens com a classe política e o sentimento de que o seu voto não terá impacto no resultado das votações”.

Oficialmente, segundo a Comissão Nacional de Eleições, Marcelo Rebelo de Sousa obteve um total de 2.531.692 votos (60,66%) no universo de 4.258.356 votantes.

Com 10.847.434 cidadãos eleitores inscritos, a abstenção saldou-se em 60,74%, o valor mais alto de sempre em Presidenciais.

A Ana Gomes ficou na segunda posição, com 540.823 votos (12,96%), seguida do deputado único do partido da extrema-direita parlamentar, André Ventura, com 497.746 (11,93%).

O eurodeputado e vereador lisboeta do PCP, João Ferreira, alcançou 179.764 votos (4,31%), enquanto a sua homóloga do BE, Marisa Matias, conseguiu 165.127 (3,96%).

Tiago Mayan quedou-se pela sexta posição, com 134,991 (3,23%) e o ex-autarca socialista “Tino de Rans” foi o último classificado, com 123.031 (2,95%).

Registaram-se ainda 47.164 votos em branco e outros 38.018 nulos. Estes dois tipos de boletins juntos correspondem a mais de 85 mil, ou seja, 2%.

// Lusa

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1 Comment

  1. Um reparo apenas: Se referem o Chega como partido de extrema direita parlamentar, por igualdade de tratamento deveriam chamar ao BE e ao PCP partidos de extrema esquerda…

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