Fernando Medina quis uma coligação pré-eleitoral com Bloco de Esquerda e o PCP, mas os partidos não aceitaram. No entanto, a hipótese poderá voltar a estar em cima da mesa de Carlos Moedas começar a ganhar terreno nas sondagens.
O Público revela, esta segunda-feira, que Fernando Medina, atual presidente da Câmara de Lisboa e candidato do PS nas autárquicas, sondou o Bloco de Esquerda e o PCP para uma coligação à esquerda na capital.
Ambos os partidos rejeitaram a proposta, com base no argumento de que “não há necessidade” de coligar forças uma vez que a esquerda recuperou a maioria da tendência de voto na capital, desde que António Costa foi eleito pela primeira vez, em 2007. Tanto o BE como o PCP remeteram acordos para o período pós-eleitoral.
As conversas aconteceram antes de o antigo comissário europeu Carlos Moedas se lançar a Lisboa pelo PSD, mas a estratégia parece não ter alterado. No entanto, se a megacoligação de direita, encabeçada por Moedas, começar a ganhar força e espaço nas sondagens, a possibilidade de uma coligação pré-eleitoral à esquerda passa a estar em cima da mesa.
O Público adianta que a decisão tem como prazo o mês de junho.
Ao diário, José Luís Carneiro, secretário-geral adjunto do PS, disse que a gestão camarária do PS “sempre foi um projeto aberto a todos quantos nele quiseram participar” e garantiu que “assim continuará a ser, antes e depois das eleições”.
Do Bloco de Esquerda, Jorge Costa referiu que os candidatos do BE “contribuirão para maiorias que, excluindo os partidos de direita, possam assumir compromissos fundamentais”.
Atualmente, Fernando Medina é presidente da Câmara Municipal de Lisboa com o apoio do Bloco. “O acordo PS-Bloco”, que vigora desde 2017, “tem sido cumprido com resultados positivos para a cidade”, afirmou o bloquista.
Sobre o futuro pós-eleitoral e eventuais acordos, Jorge Cordeiro, do PCP, disse que, “no quadro da composição plural dos órgãos autárquicos e do reconhecido posicionamento dos eleitos do PCP e da CDU, Lisboa contará sempre, como tem contado, com o seu trabalho, honestidade e competência para assegurar uma gestão e as decisões que melhor sirvam a quem vive e trabalha na cidade”.
Favorável a uma coligação pré-eleitoral é o Livre. “A assembleia do Livre aprovou a orientação geral de que o partido deve procurar promover coligações com forças de esquerda e ecologistas, em geometria variável, caso a caso”, explicou Ricardo Sá Fernandes ao Público.
“Em relação a Lisboa ainda não se iniciaram negociações e a solução vai depender delas, mas a disponibilidade do Livre é para que seja estabelecida uma coligação pré-eleitoral”, acrescentou.