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“Estado de Emergência vai ter de manter-se até à Páscoa”, diz Marques Mendes

Mário Cruz / Lusa

Luís Marques Mendes

O comentador Luís Marques Mendes indicou no domingo, durante o seu comentário habitual na SIC, que o estado de emergência se deve manter até à Páscoa, para que este período “não tenha as mesmas consequências do Natal”.

Na sua opinião, é necessário um “equilíbrio” e um desconfinamento “suave, gradual e faseado” na segunda quinzena de março, com a abertura das creches, jardins de infância e do primeiro ciclo, apontando algumas diferenças entre o discurso do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o do primeiro-ministro, António Costa.

“São dois discursos diferentes, mas não são antagónicos, são complementares. Ambos têm razão. O Presidente da República diz que não podemos desconfinar agora, no início de março, para depois voltarmos a confinar na Páscoa, e desconfinamos a seguir à Páscoa e acho que ele tem razão”, referiu.

Por outro lado, continuou, o primeiro-ministro quer apresentar um plano a 11 de março para “dar um primeiro sinal e também acho que o primeiro-ministro tem toda a razão”.

Para Marques Mendes, o programa de vacinação corre bem. “Estamos a vacinar ao nível da União Europeia [UE]. Estamos a vacinar pouco, há poucas vacinas, mas a culpa não é nossa”, notou.

Ainda sobre a pandemia, uma das conclusões que apontou é a necessidade de “dar uma grande prioridade ao investimento no Serviço Nacional de Saúde”, sugerindo um acordo interpartidário para que este investimento aconteça. “O Serviço Nacional de Saúde não aguenta mais este nível de desinvestimento”, sublinhou.

O comentador acredita ser preciso criar uma União Europeia da Saúde, onde haja coordenação, monitorização e investimento – “cada país sozinho não consegue fazer face a estas tragédias, precisa de cooperação internacional” – e um investimento na recuperação dos estudantes prejudicados pelo fecho das escolas.

Moedas é um “candidato inevitável” à liderança do PSD

Relativamente às próximas autárquicas em Lisboa, Marques Mendes disse que, se Carlos Moedas vencer as eleições, será um “inevitável e incontornável candidato à liderança do PSD”. “Mesmo que não ganhe, também acho que é um candidato potencial e inevitável à liderança” do partido, frisou.

“Acho que Carlos Moedas gosta da política, tem ambições políticas, não quer ficar na sombra, quer fazer carreira política e isso é legítimo”, completou.

Esta é uma “uma decisão positiva para todos dentro do PSD”, “corajosa” por parte de Moedas e “inteligente” no que toca a Rui Rio, que tinha de “partir para a campanha autárquica em força e o primeiro grande teste é Lisboa”, acrescentou, referindo que o líder do partido está empenhado nas autárquicas porque quer ganhar as próximas legislativas.

Relativamente à TAP, disse que não havia outra alternativa aos acordos e que a companhia aérea tem de diminuir de tamanho e reduzir rotas, aviões, pessoal e custos.

O ex-líder do PSD defendeu ainda que a crise económica “só vai agravar as desigualdades sociais”. “Ainda estamos neste momento sob efeito de duas anestesias: a do ‘lay-off’ e a das moratórias. Mas quando acabarem estas anestesias, a situação vai doer um pouco mais e vai demorar algum tempo a recuperar, porque só lá para 2023 ou 2024 é que cheguemos aos valores de riqueza de 2019″, concluiu sobre o tema.

Taísa Pagno //

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