Catorze detidos nos novos protestos em Barcelona a favor de Pablo Hasél

Alejandro Garcia / EPA

Pelo menos 14 pessoas foram detidas pela polícia catalã, este sábado, durante os distúrbios que se seguiram a mais uma manifestação em Barcelona a reclamar a libertação do rapper Pablo Hasél.

Segundo o jornal Público, pelo menos 14 pessoas foram detidas, em Barcelona, durante as manifestações a favor da libertação do rapper catalão. Uma das pessoas foi detida por agressão a um agente da autoridade, indicaram os Mossos d`Esquadra (Polícia da Catalunha).

As restantes foram detidas por delitos de desordem pública, lançamento de artefactos incendiários contra polícias e ateamento de fogo a uma carrinha da Guardia Urbana (polícia municipal de Barcelona). No interior estava o condutor, que acabou por sair ileso.

A manifestação, que contou com cerca de quatro mil pessoas, decorreu em grande parte de forma pacífica, mas, no final, pequenos grupos violentos dispersaram-se por diferentes zonas do centro da cidade, causando novamente incidentes.

A esquadra da Guardia Urbana foi atingida por objetos, várias dependências bancárias foram apedrejadas, um hotel e um concessionário de automóveis regados com líquidos inflamáveis e diversas lojas saqueadas. Contentores do lixo foram usados para formar barricadas, com alguns deles a serem queimados.

Os distúrbios estenderam-se a outras cidades catalãs, como Sabadell, onde foram erguidas barricadas, Tarragona, onde uma agência bancária foi apedrejada e o campus universitário vandalizado, e Lérida, onde uma patrulha da polícia municipal foi também apedrejada e diversas lojas foram vandalizadas.

O presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, classificou, nas redes sociais, “os atos de vandalismo e violência” como “inaceitáveis”. No mesmo sentido, o presidente do Governo da Catalunha em exercício, Pere Aragonès, afirmou que tais atos “não são liberdade de expressão nem de manifestação”.

Pablo Hasél está preso por injúrias à monarquia espanhola e por glorificação do terrorismo. O músico, que foi detido a 16 de fevereiro na reitoria da Universidade de Lérida, onde se trancara, foi condenado a nove meses de prisão.

Cerca de três mil manifestam-se pela independência

Este domingo, cerca de três mil pessoas manifestaram-se no centro da cidade catalã para exigirem a constituição de um Governo independentista, num protesto convocado pela Assembleia Nacional Catalã (ANC).

Com o lema “Somos agora 52%”, numa alusão aos resultados das eleições legislativas da Catalunha realizadas a 14 de fevereiro, a ANC apelou a uma concentração na Plaza de Catalunya para exigir um “Governo independentista agora”, que seja capaz de gerir “a urgência social e nacional”.

O protesto começou cerca das 12h00 com os manifestantes a gritarem várias palavras de ordem, como “Puigdemont, o nosso presidente” e “Independência”, e empunharam bandeiras que apelavam ao fim da “repressão” e da liberdade dos líderes independentistas detidos.

Num palco localizado no centro da praça, vários membros das entidades soberanas da Catalunha pediram “sentido de estado” e destacaram a necessidade da formação de “um Executivo forte e independente” porque só um “Governo de concentração nacional “poderá superar a crise e avançar para a independência da Catalunha”.

Esta semana, a Comissão dos Assuntos Jurídicos do Parlamento Europeu votou o levantamento da imunidade de Carles Puigdemont, Toni Comín e Clara Ponsati. As moções foram aprovadas com 15 votos a favor, oito votos contra e duas abstenções e, de acordo com fontes parlamentares, a decisão será submetida à sessão plenária de março.

Em caso de levantamento da imunidade parlamentar, cabe às autoridades do país do deputado decidir se retiram ou não o seu mandato. Puigdemont, Comín e Ponsati foram eleitos durante as eleições europeias em maio de 2019.

ZAP // Lusa

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