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Governo quer manter pontes com a esquerda, mas só as constrói com o PCP. Bloco e PAN queixam-se

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António Cotrim / Lusa

O Bloco de Esquerda defende a necessidade de um Orçamento Retificativo, o PCP diz que não há necessidade e a esquerda vai desalinhando aos poucos. O Executivo vai mantendo conversas com os comunistas, enquanto BE e PAN se queixam das portas fechadas.

O Expresso avança, esta sexta-feira, que há divisões à esquerda no que respeita ao Orçamento Retificativo e quanto à velocidade da aplicação dos apoios sociais e económicos. Apesar do desalinho, o PCP tem sido informado sobre as medidas incluídas no Orçamento, ao contrário do BE e do PAN, que se queixam da falta de contacto com o Governo.

O Bloco de Esquerda considera óbvia a necessidade de recorrer a um Retificativo, uma vez que “é evidente que o Orçamento não tem estrutura para enfrentar o que está à nossa frente”, segundo explicou ao semanário um dirigente do partido.

Segundo o BE, a necessidade torna-se ainda mais clara depois das correções já feitas pelo Governo (nos apoios a desempregados ou a pais em teletrabalho), que “confirmam a razão” do partido ao votar contra o último Orçamento do Estado.

Ao Expresso, vários dirigentes disseram não haver quaisquer conversações a decorrer, uma tese que é contrariada pelo Governo. Ao mesmo semanário, um governante explicou que o Bloco já foi chamado pelo Executivo para reuniões, uma delas na semana passada. Da parte do Bloco, sustentou, não tem havido “nenhuma solicitação” para que tal aconteça.

O PCP não concorda com o partido de Catarina Martins e descarta a necessidade de recorrer a um Retificativo. Segundo João Oliveira, líder parlamentar, é preciso que o Governo “recorra à base” que já tem prevista no OE2021.

Sobre o Orçamento Retificativo, “não abordámos o Executivo nem fomos abordados”, confessou ao Expresso, adiantando que o partido questiona o Governo quinzenalmente sobre o andamento das medidas e apoios previstos, usufruindo de um ponto de situação sempre atualizado.

O PAN queixa-se de não ter a atenção do Executivo, com quem procura reunir-se para apresentar propostas de alteração no âmbito das apreciações parlamentares. Segundo o matutino, o partido aponta uma falta de abertura do Governo.

Tanto André Silva como Inês Sousa Real têm insistido na necessidade de os apoios chegarem às famílias e às empresas e de se reforçar a área da Saúde Mental face aos impactos da covid-19. O PAN tem também apresentado várias propostas nas áreas da Educação, Saúde e contexto laboral.

Liliana Malainho, ZAP //

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